Pouca gente no "BBB15" dividiu mais opiniões do que Klébis, Regina Célia e Carol Paixão. O paredão triplo dos sonhos de muita gente foi vivido pelo brilhante Rodrigo Sant'anna, um dos humoristas mais populares do país.

Coube a ele a difícil missão de substituir Mônica Iozzi na "sessão comédia" do programa. E difícil não só porque ela tinha se saído muito bem ano passado, mas também porque são estilos completamente diferentes de fazer rir.

Tudo leva a crer que a maioria do público gostou. O quadro só ganhou espaço, com direito a dois segmentos no dia mais nobre do programa: a terça-feira de eliminação.

Rodrigo é o último grande destaque do que chamaremos nos anos a seguir de "fase clássica" do "Zorra Total". Sua Valéria Bandida tomou conta do país de maneira retumbante. O humorístico agora promete uma nova fase, cuja maior promessa de campanha é o fim dos bordões.

Me parece estranho considerar o fim do bordão um feito positivo em uma sociedade completamente memetizada. O próprio sucesso do Rodrigo Sant'anna no BBB pode ser medido justamente pela sua capacidade de colocar palavras na boca do povo.

Não por acaso, apenas 3 pessoas conseguiram emplacar citações lapidares no bestiário do programa: Cézar com seu jeito selvagem de tratar a língua portuguesa; Amanda com sua insistência em fazer o "cala a boca" virar hit; e e justamente Rodrigo Sant"anna com o "bota a cara no sol" entoado como música pela exuberante Carol Paixão.

Não é a toa que foram os 3 que sobraram até a final desta terça-feira.

É difícil de julgar o sucesso do humor, pois tudo depende do que você consumiu durante a vida até a hora de ouvir aquela piada. E falo de consumir no sentido lato: filmes, livros, vitaminas.

Não tem fórmula nem unanimidade. Mas Rodrigo Sant'anna está desde os tempos da Turma do Didi se especializando em representar o mínimo multiplicador comum do riso.

É bom saber que tem alguém se dedicando a essa tarefa inglória, por mais forte que seja a vontade de trocar de canal na mesma hora.