Adrilles é o coro dessa tragédia brasileira que é o "BBB15". Há quem diga que cabe a ele o papel de protagonista – provavelmente Aristóteles concordaria. Mas ouso sugerir que na verdade o poeta é um de nós, humildes telespectadores, à paisana.

 

É como se Adrilles tivesse assinado o pay-per-view absoluto para observar a história acontecendo na própria vida.

 

 

Eu não estava lá, mas é sabido que o coro grego poderia assumir diferentes funções na história: ser um personagem, fornecer conselhos, emitir opiniões, problematizar situações e até mesmo tomar parte ativa na ação.

 

Acompanhei de perto o "BBB15", então posso afirmar que Adrilles cumpriu todas essas missões. 

 

É um personagem quando fala com o Bial – mais especificamente, uma criança mimada que adora cantar em festas de família. Forneceu muitos conselhos para Mariza, o que garantiu que ela fosse eliminada no último paredão. Emitiu opiniões esplendorosas sobre tudo, todos e provas do líder. Problematizou situações até a Tamires pedir para ir embora. Só faltou mesmo tomar parte ativa na ação, já que a programação 2015 da Globo vai estrear e ele continuará no zero a zero.

 

 

Também era responsabilidade do coro grego criticar certos valores morais no papel de voz da opinião pública, reagindo ao que acontecia na peça a partir do que o autor imaginava que a audiência concordaria.

 

Pois é a nossa rouquidão existencial falando quando Adrilles dá alguma alfinetada maledicente sobre o relacionamento entre Amanda e Fernando. Trata-se de um avatar – por sorte não é azul, embora diversas outras críticas possam ser consideradas.

 

O grande legado do coro na tragédia grega reside na função que deixei por último: ajudar o espectador a pensar sobre o que estava assistindo. E confesso que não consigo pensar em nada além de eliminar Adrilles Jorge no próximo paredão.

 

No mais, ficamos por isso mesmo. Assobie uma canção nos comentários ou no meu Twitter. Até breve.