Maior erro do "BBB15" foi ter selecionado Cézar para o programa
Campeão do "BBB15", com 65% dos votos, por méritos próprios, Cézar não teria chegado aonde chegou se a seleção dos participantes para esta edição tivesse sido mais criteriosa.
Ao se propor a montar um programa com "gente comum", a equipe que escolheu os candidatos deveria ter evitado um dos maiores clichês da história deste reality show: o caubói meio quieto, de fala enrolada e jeitão de bobo.
Em pelo menos outras quatro edições já houve um tipo semelhante, vivido por Rodrigo ("BBB2"), Alberto ("BBB7"), André ("BBB9") e Fael ("BBB12"), sendo que dois deles terminaram em primeiro lugar. Acrescentaria à lista outro campeão, Kleber Bambam, que também praticava o marketing do "caipira" e do "eu contra todos".
Era possível imaginar, vendo Cézar chegar ao "BBB15", que ele era um dos principais favoritos ao prêmio. O colunista Chico Barney, aqui do UOL, cravou que o estudante de direito seria o campeão cinco minutos depois que Pedro Bial deu boas-vindas aos "brothers".
Por alguma razão, este tipo que Cézar encarna sempre cai no gosto do público. Sua trajetória ao longo do programa foi altamente previsível. Manteve-se isolado do resto do grupo, não combinou votos, dirigia-se sempre ao público e fazia discursos com palavras complicadas ou inexistentes em português.
Repito o que escrevi no início. Cézar foi campeão por méritos próprios. Ganhou o prêmio de R$ 1,5 milhão por conta de seu talento e carisma. Minha crítica vai a quem o selecionou para o programa. Foi uma escolha pouco original, que terminou de forma previsível.
Mauricio Stycer
É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.