Depois do desastre de 2014, "BBB15" estreia em ritmo lento, mas caprichado

Mauricio Stycer

Mauricio Stycer

Crítico do UOL

Reality show mais bem-sucedido da televisão brasileira, o "Big Brother Brasil" deu início à 15ª edição buscando recuperar o prestígio e o público perdidos nos últimos anos. 

Em relação à estreia do ano passado, que se orgulhou do ritmo acelerado e confuso ("turbo", segundo o diretor Boninho), foi um início calmo, praticamente sem sair da primeira marcha, mas muito caprichado.
 
Para começar, a Globo lembrou que é agradável e simpático apresentar os participantes do programa. Cada um dos 13 candidatos mereceu um vídeo longo, em seu próprio ambiente. Foi possível, de fato, ter uma ideia do que cada um promete fazer ou dizer para nos divertir nas próximas semanas.
 
Empolgado, o apresentador Pedro Bial foi mais longe e prometeu: "Um time que é a cara do Brasil". Não é preciso ser muito atento para perceber que o exagero retórico, na verdade, é uma tentativa de corrigir um erro crasso das últimas edições, quando o "BBB" confinou gente muito parecida – candidatas a modelo e jovens atléticos.
 
Ainda assim, não foi desta vez que o reality escapou de oferecer ao público a saudação mais conhecida dos "marombados" que entram na "casa mais vigiada do Brasil": o grito primal de "uhu!!" Foi só um, mas bem audível, no momento em que os candidatos se conheceram.
 
Bial anunciou que houve 50 mil inscritos por todo Brasil para participar do "BBB15". Naturalmente não mencionou que é um número em queda livre – foram 400 mil no "BBB10", por exemplo.
 
Também não falou, ao apresentar a conciliadora Francieli que ela já está ameaçada de perder o emprego. Mas tudo bem.
 
Foram quase 30 minutos para descrever a vida de todos participantes. E mais uns 10 minutos para explicar as novas regras do programa. Para quem teve um "BBB Turbo" em 2014, uma notável diferença, realmente.
 
A rigor, o "BBB" ainda não começou. A estreia foi caprichada, mas apenas sugeriu muito, sem mostrar, de fato, onde o programa pode chegar. Nos próximos dias, será possível ter uma ideia melhor. 
 

Mauricio Stycer

É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.

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