Globo reinventa conceito de "gente comum" na escolha do elenco do "BBB15"
Principal reality show da televisão brasileira, o "Big Brother" sempre foi formado por gente anônima disposta a muitos sacrifícios para ficar famosa e, de quebra, faturar um prêmio milionário. Essa é a essência do programa.
Por isso, causa algum estranhamento a publicidade que a Globo vem fazendo sobre a décima-quinta edição, que começa no próximo dia 20. "O "Big Brother Brasil" voltará às origens e reunirá gente comum", prometeu a emissora ao divulgar, nesta tarde, as fotos com o primeiro nome e as profissões de 13 participantes.
A diferença desta "gente comum" para a "gente comum" das outras 14 edições parece ser exclusivamente de caráter estético e etário. Em vez de homens musculosos e mulheres com ambição de ser modelos, há bastante gente que não parece tão preocupada com a aparência física nesta lista do "BBB15".
E, no lugar de selecionar basicamente gente com idade entre 20 e 25 anos, o novo time contempla candidatos dos 22 aos 51 anos, com a presença ainda de dois quarentões e quatro trintões.
Em novembro do ano passado, o diretor Boninho deu uma dica sobre esta "nova" diretriz para o "BBB15": "Vai ser mais popular. Estamos trazendo para um universo mais popular. "Chega de 'uhu', marombeiro e ex-BBB".
A promessa parece ter sido cumprida. O resto é marketing. Porque isso não muda a ideia de que o elenco do programa sempre foi formado por gente comum. A não ser que o diretor não considere "marombeiro" e moças que gritam "uhu" como gente comum.
Mauricio Stycer
É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.