Cozzolina Mendes: Ok, Cézar Lima, entendemos que você é capitão da sua alma
Nenhum milagre ou inconcebível dom premonitório está por trás da já esperada e óbvia vitória de Cézar Lima no "BBB15".
O conjunto musical que incluía Michel Teló (ostentando o suprassumo da pomposidade em forma de topete), Paula Fernandes (que, corajosa, esqueceu a saia em casa e mesmo assim não deixou de participar da festa!) e Daniel, já veio no ritmo, anunciando o vencedor do "BBB15".
Cézar sempre teve os ingredientes necessários para a construção do personagem que todo bom telespectador de "Big Brother" adora ver sagrar-se campeão. E apregoou, bateu firme em cada uma das suas verdades morais todos os dias. Fosse falando sozinho, fosse falando com a estátua, fosse aproveitando cada segundo AO VIVO para, através de seu linguajar intangível, bater na mesma tecla do rapaz de família, temente a Deus, defendedor dos bons costumes, brasileiro batalhador e blá blá. Sempre com a tradicional careta apertada de choro sem lágrima. Aquela velha conversa do candidato de cabelo lambido que vemos no horário eleitoral, e acaba por nos comover com seu indubitável discurso e conversa.
Não, não acho que de alguma forma Cézar não seja um bom campeão. Só acho, que desta vez, o pessoal do sofá podia ter sido um tanto mais original. Opção foi o que não faltou no tal "BBB" da diversidade.
Assistindo ao RECAP maravilhoso do programa final, fico ainda mais certa disso. Cézar, pode ter sagrado-se vitorioso, mas de longe afirmo convictamente: ele foi apenas um coadjuvante no enredo que remonta a história desta edição.
Queria ter curtido mais com o campeão. Sentir-me próxima. Comemorar sua vitória. Mas, não. Ele venceu e continuamos distantes. O personagem que cativou a tantos, digo com sinceridade, não pegou – espero que a Warner contrate Mariza e Adrilles para um sitcom.
Para você que estava fazendo algo mais nobre e fez o favor de perder a delícia envolvente dos momentos finais do reality, darei uma breve noção do que tivemos. Acho que a ideia da produção era remontar o Troféu Impresa do SBT (rysos):
Tivemos Tamires ressuscitada na vinheta! EEEEAAA!
Tivemos nosso novo milionário, Cézar, vestindo (me pergunto como) sua famosa calça a vácuo:
Tivemos nossa vice-campeã Amanda, vendo seu amor beijar outras bocas. Literalmente:
Tivemos muito [mute] na hora da intervenção musical, assim como nos momentos Zorra:
Tivemos esse troféu patético entregue para alguns:
Tivemos Bial de Chacrinha desejando a todos um feliz dia do jornalista (até onde vai a dignidade de um homem por conta do vil metal):
Tivemos Angélica ostentando os novos 500ml de silicone em vestido de gosto duvidoso:
Tivemos Aline fazendo cosplay de Kesha com Lady Gaga:
Tivemos Mariza sendo ótima, como sempre:
Também tivemos muito Cézar, agora fingindo que sabia cantar todas as músicas.
Tivemos Paula Fernandes cantando com bruxismo (eu quero SHÊR PRA VOSHÊR):
Tivemos... opa, não tivemos os barracos que devem ter rolado na festinha pós-programa (tou aqui ressentida com o VIP que pretendia sortear entre meus lindos maravilhosos leitores, mas fui impossibilitada por razões de ética profissional).
Então é isso, queridos. Obrigada pela companhia e audiência. Nos vemos numa próxima. Reality não é vida, portanto, agora você está livre pra voltar a se divertir (diversão saudável) depois da novela.
Cozzolina Mendes
Cozzolina Mendes coleciona pinguins de geladeira, ama suco de guaraná e é aficcionada por televisão. Foi editora do semanário Intervalo, e posteriormente seguiu como colunista de revistas como Amiga Tv Tudo, Conte Me Mais e Fofokando com as Estrelas.