Cozzolina Mendes: A mim, não importa mais o que restou deste "BBB"
Quem está deveras chateado e entristecido com a saída de Mariza na noite de terça que me acompanhe. Pra mim, agora pouco mais importa quem ganhe o "Big Brother Brasil 15". Assistirei até o fim pelos ossos do ofício, mas torcer... Parece que acabou.
O edição do programa desta terça, fora o resultado do paredão, convenhamos, estava maravilhosa – ah, fora os quadros "humorísticos" do "BBB Zorra", claro:
- Assistiria fácil a um sitcom estrelado por Marizão e Adrilles. Alôu, Warner!
- A queimação completa de Fernando também valeu!
- Espantada de como conseguiram tirar leite de pedra pra encontrar quaisquer momentos menos banais e mais do mesmo no que se refere a rotina de Cézar na casa. Parabéns aos envolvidos!
Agora, vamos ao que interessa. Nosso coraçãozinho murcho, pisoteado e furado pela permanência do ensaiado, previsível, mais do mesmo, aprendiz de político e pretenso caubói coração bão.
A questão de Cézar ter um perfil ensaiado, construir um personagem – afinal, quem ali não é um recorte de si mesmo? – de fato, nem é o que mais me incomoda. Apenas acho contraditório que o herói de um programa com foco no relacionamento humano premie uma pessoa que no discurso faz questão de frisar sua humildade, mas que em nenhum momento reconhece que quaisquer dos outros participantes pudessem ser tão merecedores quanto ele.
Alguém que passou o confinamento em cima do muro, sem se posicionar, sem interagir, tomado pelo ego e por discursos que sempre frisavam suas qualidades e idoneidade. Isso é ser alguém grato pela oportunidade de estar ali, grato pela possibilidade de se abrir a outros universos através de pessoas com quem venha a concordar e discordar, se permitir gostar e ou odiar, apenas SE ABRIR ao diferente, e tentar aprender algo. Isso é ser humilde?
Até agora, não sabemos de fato quem é Cézar. Sabemos apenas quem Cézar quer dizer que é. Telespectador do "Globo Rural"? Apelar pra gospel music na hora de cantar ao vivo? Chamar nosso amigão Djésus pra pegar bem com crentes votantes e ou, apenas agregar simpatia de quem inconscientemente pensa que ser fã de Jesus é sinônimo de bondade? A proprietária do apartamento onde moro é apenas a pior pessoa que conheci nos últimos tempos: caloteira, sacana, mentirosa e fofoqueira. Uma típica velhota malandra que se esconde atrás da religião. Sabe qual a foto de perfil no WhatsApp dessa respeitável senhora? A sacra imagem de Jesus Cristo. Apenas reflitam). Fico impressionada, fé e hipocrisia não deveriam andar juntas.
Aliás, falando em cantoria, até mesmo nos últimos momentos Mariza consegue ser naturalmente engraçada e sem noção colocando todos mineiros dentro do mesmo saco: entoou uma música do Skank dizendo que era do Jota Quest. HAHAHA. Ai, gente. Eu não aguento.
Torcida do Cézar, nem me leve a mal. Digo tudo isso como alguém que preferia uma final COM Cézar, mas também com Mariza, que na minha opinião, junto ao Adrilles, foi quem trouxe um mínimo de personalidade e irreverência para um programa que me parecia condenado aos dileminhas sobre whey protein e camisinha. Os dois foram tipos não enlatados, que fizeram a diferença. Mariza, principalmente. Consigo ver com clareza a trajetória que construiu a duras penas no reality. Sendo motivo de piada por ser mais velha e destoante da galerinha. Sendo subjugada o tempo todo e dando a volta por cima até, de azarona, vir a ser uma das grandes favoritas.
Sobre ter raiva do Adrilles, fiquei, óbvio. E ainda estou. Ele em partes DESTRUIU NOSSO SONHO DE UMA FINAL COM #MADRILLES. E pode ter se queimado feio com sua decisão de seguir votando em Cézar (tipo exótico, como bem definiu. rrssss).
Falta de lealdade para com Mariza? Não sei se é pra tanto. Pelo que leio através da personalidade do poeta, ele ainda não entendeu que Fernando sofreu uma mutação. Adrilles é tão romântico que não alcança o fato de que Fernando e Amanda estão sendo vistos como vilões. Não quero de forma alguma justificar a lambeção toda de Adrilles Jorge em cima do casal, mas ainda penso que tentou ser coerente com ele mesmo. O próprio já tinha salvado Marizão algumas vezes da berlinda.
Penso que ele possa, além da cegueira em prol de uma amizade inexistente, ter pensado que Fernando ainda era mais forte aqui fora. Okei. Mas e Amanda? Mariza teria ficado se fosse contra ela. Com certeza. Depois, Fernando saindo com 100% de rejeição, tornaria possível a salutar final com nosso dream team: Mariza, Adrilles e Cézar.
Meu favorito agora? Difícil. Ainda meio chateada com Adrilles. Casal #Amando, náusea só de pensar. Mas ainda assim, sigo numas que tudo menos Cézar. Quem precisa de BBBóraculo pra prever o futuro caso ele seja o campeão? Posso vê-lo saindo de joelhos da casa em direção à glória, investindo sua bufunfa na produção de um longa ao estilo "Dois Filhos de Francisco" pra trazer ao povo maiores detalhes sobre sua vida de privações. Ou ainda pior, acho que morro se ver Cézar com aquele chapéu no horário eleitoral se candidatando a deputado (seria eleito, pode apostar). Também vejo Cézar lançando um CD sertanejo gospel...
A bem da verdade, reafirmo título o desta coluna: a mim, nem importa mais o que restou deste "BBB". Agora só com vodca de canudinho pra aguentar os momentos finais.
Cozzolina Mendes
Cozzolina Mendes coleciona pinguins de geladeira, ama suco de guaraná e é aficcionada por televisão. Foi editora do semanário Intervalo, e posteriormente seguiu como colunista de revistas como Amiga Tv Tudo, Conte Me Mais e Fofokando com as Estrelas.