A passagem de Theo Becker pela "Fazenda" esta semana é destes eventos que só a televisão pode proporcionar. Sem explicação ou lógica, o cara mais doido da primeira edição passou 24 horas na companhia dos participantes da quinta edição.

A primeira coisa que pensei, ao saber da novidade, foi: "Boa ideia. Vai ser engraçado". Logo, porém, entendi que a visita estava programada para segunda-feira, dia da estreia, na Globo, de "Gabriela".

Na realidade, a Record não pensou no autor do bordão "esse aqui é irmão desse" como uma atração para seu reality show, mas como uma arma suficientemente poderosa para enfrentar a concorrência.

Tivesse, realmente, o objetivo de tornar o programa ainda mais engraçado, a emissora internava Becker por uma ou duas semanas em Itu. Ou bolava alguma coisa capaz de surpreendê-lo.Como o objetivo era apenas criar um fato capaz de desviar a atenção do público, Theo não tinha exatamente o que fazer e, pior, parecia orientado sobre o que dizer e como agir.

O golpe não surtiu o efeito desejado em matéria de audiência, ainda que tenha proporcionado boas risadas ao público por conta do caráter postiço da situação.Dois dias depois, ninguém mais se lembrava da passagem do ator pelo programa.

Já escrevi isso em outras ocasiões, mas repito. Em sua obsessão com o Ibope, a Record frequentemente perde o foco do que realmente interessa, ou seja, melhorar os seus programas.

Na próxima semana, vai repetir a estratégia, levando Britto Jr. e Ana Hickmann ao "Hoje em Dia" no dia da estreia de "Encontro com Fatima Bernardes" na Globo. Para Britto, cuja atuação à frente da "Fazenda" ainda é muito questionada por parte do público, uma visita destas, ao antigo programa que apresentava, não ajuda em nada.

Em tempo: Sobre a eliminação de Sylvinho Blau Blau na noite de quinta-feira, nada tenho a dizer. Apenas reproduzo a piadinha do dramaturgo e autor Mario Viana: "Sylvinho bye bye".