Max Porto: "Muleque", Luan não é levado a sério dentro e fora da casa

Max Porto

Max Porto

Especial para o UOL
  • Reprodução/TV Globo

    Integrante do grupo Tá Com Nada, Luan come frango escondido

    Integrante do grupo Tá Com Nada, Luan come frango escondido

Olá, turma! 

Tio Max está de volta para falar do participante mais polêmico, contraditório e indefinido dentro do jogo: Luan.
 
Assim como a maioria daqueles que assistem ao "BBB15", eu me questiono: "O que passa pela cabeça desse rapaz?"
 
Destacado sempre pela edição com um participante sem noção, Luan tem sido acusado de exagerar nas suas ações impensadas, às vezes até infantis. Concordo. Luan me faz lembrar muito dos meus amigos de adolescência. Morei muitos anos na Penha, subúrbio carioca, e a maioria dos meus amigos e colegas na época tinha o mesmo comportamento. Só quem conviveu com o "muleques" do subúrbio carioca consegue compreender certas atitudes do ex-militar ainda confinado – sim, "ainda", pois me pergunto como ele continua lá, já que é um incompreendido.
 
Durante minha passagem pelo subúrbio, eu tive que aprender na marra a ser "muleque". Jogar bola descalço na rua, soltar pipa, as implicâncias, as brigas. Ter que aturar as brincadeiras "sem noção" na escola e na rua era quase que um ritual de inclusão na turma. Confesso que até hoje eu e os meus amigos, mesmo depois dos 30 anos de idade, ainda temos as nossas brincadeiras "sexta série" – assim defino a cultura "sem noção" da mulecada suburbana. Tais brincadeiras, por mais exageradas que fossem, sempre eram vistas como "de boa", seguidas de muitas risadas. Acho que é isso que ainda mantém Luan na casa: tanto os participantes quanto o público não o levam a sério.
 
Luan, por conta de mais uma das suas ações inconsequentes, no auge da sua "malandragem", comeu um empanado de frango proibido, provando que ele não tem a menor ideia de onde está e das consequências desse jogo. Assistindo à cena, me parecia um menino de 12 anos roubando bala na loja de doces. Assisti àquilo tudo incrédulo: "Não! Ele não vai fazer isso!". Foi lá e fez! Isso dentro de um jogo onde qualquer deslize certamente pode ser motivo de eliminação. Luan de fato não mede consequências e ainda traz consigo uma ideia deturpada que levou muitos candidatos à derrota: achar que está numa zona de conforto, que o "BBB" é uma "hora do recreio" que pode durar três meses. Quem não considera o fato de estar num jogo delicado e altamente arriscado não vai longe.
 
Mesmo depois de confessar seu pequeno delito que prejudicou a todos na casa, parece que houve um perdão generalizado, acredito eu que pelo fato de todos ali já terem entendido que Luan é sim irresponsável, mas que na maioria das vezes é mais instintivo e inofensivo que qualquer outra coisa. Desconfio que até o público assimilou esta ideia. Por um momento, acreditei que depois do incidente que deixou toda a casa no Tá com Nada, que o publico faria justiça e expulsaria Luan da casa, mas optaram em tirar a contundente Angélica. 
 
Por não pensar duas vezes antes de seus atos, Luan caiu de paraquedas no último paredão depois de atender o Big Fone. Num primeiro momento, pareceu um golpe de azar. Mas, num paredão com Mariza, seguidamente ignorada nas votações nos paredões, e Angélica, que conquistou a antipatia do público, Luan passou batido. A rejeição de Angélica bateu o recorde neste "BBB". Num paredão triplo, recebeu 69% dos votos. 
 
Enquanto o jogo segue, nosso participante fanfarrão e traquinas permanece na brincadeira de gente grande mesmo com uma postura de um menino de 16 anos. Cada vez mais confiante e certo de que suas atitudes serão perdoadas. O indefinido candidato a R$ 1,5 milhão continua na casa e só nos restam as perguntas: Até quando? Qual a próxima lambança? E do que ele realmente capaz?
 
Até o próximo, turma!
 

Max Porto

Campeão do BBB 9, artista plástico, roqueiro, pai da Luna. Atualmente sou gerente de comunicação estratégica da maior rede de casas noturnas do Brasil.

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