Por conhecer mal "A Fazenda", Roy foi um raro tipo original no reality
Já em sua sétima edição, "A Fazenda" atrai participantes cada vez mais vacinados contra surpresas e supostamente especializados nas artes e manhas do reality show da Record. O porto-riquenho Roy Rosselló, por motivos óbvios, chegou ao programa com muito menos conhecimento que os demais – e isso fez dele um personagem mais original.
Roy não imitou nenhum ex-participante, como tem ocorrido com vários candidatos da atual edição. O perfil que o músico exibiu no programa pode até ter sido inspirado em alguém, mas não foi nenhum modelo nacional.
O ex-Menudo estreou falando que sofreu abuso sexual do empresário do grupo. A declaração, chocante, acabou não tendo maior repercussão no jogo. Logo se viu enredado em uma acusação de não pagamento de pensão alimentícia a uma ex-mulher brasileira. Foi detido e voltou ao programa depois de algumas horas.
Por fim, e mais surpreendente, Roy apostou em mostrar um lado que chamei de "missionário". Passava os dias falando em Deus e mensagens divinas, ora tentando convencer os colegas de sua missão, ora se isolando e passando a imagem de incompreendido (ou arrependido de estar na "Fazenda")..
Rapidamente, o ex-Menudo se tornou uma figura pouco querida dentro da casa. Superou Oscar Maroni em sua primeira roça, criticando o rival por ser "ateu", mas não sobreviveu à segunda.
O resultado da roça – 79% do público votou pela permanência de Marlos – mostra que o missionário Roy não agradou ao público também. O ex-Menudo perdeu de goleada, mas vai ser lembrado como um tipo, de fato, incomum num reality show brasileiro.
Mauricio Stycer
É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor. Conheça seu Blog no UOL