Primeiras eliminadas gostariam de ter mostrado mais de si no "BBB"
Beatriz Amendola
Do UOL, em São Paulo
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Montagem UOL
Jaque Khury, Ariadna Arantes e Analice Souza deixaram o "BBB" na primeira semana
Para alguns, o "BBB" pode durar três meses. Mas para cada campeão, há sempre um participante que foi eliminado logo na primeira semana do jogo. E nesta terça-feira (14), será conhecido o primeiro a deixar a casa do "BBB13": Aline ou Ivan, que foram emparedados no domingo pela líder Fani e pela casa, respectivamente.
O UOL conversou com três ex-BBBs que deixaram o programa logo de início para saber o que elas acharam sobre terem sido eliminadas precocemente do jogo. Para Analice, Ariadna e Jaqueline Khury, ficou a vontade de ter mostrado mais um pouco da própria personalidade para o público.
Analice Souza, primeira a sair do "BBB12", avalia que o fato de ser gordinha, bissexual e ateia ofuscou sua personalidade aos olhos do público. "Acho que o Brasil deixou de ver que apesar de minhas escolhas não serem convencionais, eu sou uma pessoa divertida, leal, inteligente e que estava lá para ganhar o prêmio. Mais uma vez, as pessoas não enxergaram além do preconceito".
Também discriminada em sua curta participação pelo programa, Ariadna, primeira mulher transexual a participar do reality em sua 11ª edição, também acha que poderia ter mostrado mais dentro da casa. "Mostrei apenas a empolgação de estar ali dentro. Não mostrei meu medo, alegria, amor, tranquilidade, força de vontade. Acho que deixaram de me ver pessoalmente e viram um personagem que cada um criou em suas cabeças", disse a atriz.
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Já a também atriz e ex-panicat Jaqueline Khury, que participou do "BBB8", se arrependeu de não ter se exposto mais dentro da casa. "Eu não entrei de cabeça no jogo. Eu não cheguei a jogar, participar, me entregar. Não fiz amizade, não fiz romances. Fiquei muito preocupada com o mundo lá fora", avalia.
Atriz de formação e com um projeto na TV aberta previsto para estrear ainda neste ano, Jaqueline é uma das poucas primeiras eliminadas – e ex-BBBs em geral - que conseguiu se manter em evidência na mídia. E garante que o segredo para o sucesso é ser sempre humilde: "o conselho que dou é sair com humildade. O sucesso do ‘BBB’ é muito passageiro mesmo. Os trabalhos passam, então tem que chegar no horário, não inflacionar o cachê e manter o pé no chão, que assim a galera vai gostar e você vai conseguir permanecer no meio".
O caminho para conquistar uma carreira após o programa, porém, pode não ser fácil mesmo com uma boa formação e os atributos certos. Ariadna, que diz continuar na mídia em parte por conta da curiosidade que o público tem em relação ao fato de ser transexual, acredita que há muito preconceito contra os ex-BBBs no meio artístico.
"Entrar no ‘BBB’ e fazer alguma coisa na televisão, [o participante] não pode. É diminuído porque é ex-BBB. E quando se estuda e é um bom profissional, ainda tem o preconceito", criticou a atriz, que recomenda aos participantes que queiram seguir uma carreira que estudem "sem perder tempo".
Sem pretensões a uma carreira de atriz ou apresentadora, Analice revelou que sua vida não teve grandes mudanças após sua participação no reality show. "Minha rotina é totalmente normal. Sou dona de um bar e isso independe do ‘Big Brother’. Fiz alguns eventos quando saí, mas poucos. Não tenho o perfil de ‘BBB’", afirmou.
Entre as três ex-participantes, não é consenso se vale a pena participar do "Big Brother Brasil" para ficar apenas por uma semana. "Tenho minhas dúvidas", disparou Ariadna. Ponderada, Jaqueline acha que o programa pode ser bom para quem quer estar na televisão. "Para você fazer uma carreira mais conversadora, não vale a pena. Mas no meu caso, valeu, porque eu já estava nesse meio".
Por sua vez, Analice disse que a participação compensou – e até ajudou em sua formação profissional. "Para mim, rendeu um ponto de vista muito enaltecedor para discorrer sobre isso, até para minha formação como socióloga. Não ganhei dinheiro, mas ganhei experiência".
Outra mulher como primeira eliminada
Em 12 edições, foram 13 primeiros eliminados, já que no "BBB3" duas pessoas saíram na primeira eliminação: a personal trainer Samantha Pereira e o fotógrafo Paulo Carotini – este e Caetano Zonaro, da primeira edição, são ainda os únicos dois homens a terem descoberto como é sair na primeira semana do jogo.
E, de acordo com os votos da enquete feita pelo UOL para o primeiro paredão do "BBB13", mais uma mulher deve deixar o "Big Brother Brasil" na primeira semana. A recepcionista Aline Mattos é a mais cotada para deixar o programa, com mais de 70% dos votos.
Carioca, Aline causou polêmica logo no dia da estreia do programa. Ela e Bambam protagonizaram a primeira discussão, quando falavam sobre o valor dos cachês pagos por revistas masculinas para as modelos. Poucos dias depois, os dois voltaram a discutir – e o então líder disse que ela deixaria o programa com 95% dos votos. Ela também foi autora de frases emblemáticas, como "Eliéser é um picolé de chuchu com calda de quiabo".
A recepcionista foi a segunda participante mais citada nas redes sociais nos primeiros dias de programa, atrás apenas de Bambam, segundo dados coletados pelo Observatório da Web, projeto do Inweb/UFMG. Entre os principais temas relacionados à recepcionista, está a briga com o vencedor do "BBB1" e comparações com a personagem Penha, personagem interpretada por Taís Araújo na novela "Cheias de Charme".