Em monólogo, Adrilles faz leitura da fase final e diz: "Comecei a endoidar"
Do UOL, em São Paulo
Durante a madrugada desta quinta-feira (26), Adrilles fez um monólogo na cozinha. O escritor, privado pela produção do programa de escrever, usou as palavras em voz alta em um monólogo que fez a leitura da parte final do jogo. "Pronto, começando a monologar, comecei a endoidar", disse o escritor.
Sobre o casal Fernando e Amanda, Adrilles disse: "Eis a situação, um casal semi-apaixonado. Cinquenta por cento completamente apaixonado, por parte da moça, um homem com ambiguidades latentes e afetivas que se afeiçoam por ela, que está completamente em estado de doação permanente ao que quer ele a ofereça".
Já sobre Cézar, o escritor foi mais enxuto nas palavras e não gastou seu vasto vocabulário. "Uma solidão consciente e absoluta, concreta e ciente de si e uma solidão em busca de uma busca", disse ao falar de Adrilles.
Já sobre si, Adrilles diz estar só: "Uma solidão sem consciência de si, uma solidão não feita ao seu estar só que fica tecendo elucubrações, meditações, meditabundas, respeito do nada que o cerca, querendo entranhar com comida, com uma paixão contrafeita, com semi-amizades que se parecem alianças movediças que são amizades concretas, mas ele não sabe nem da concretude das próprias intenções. Ecce homo, eis o homem Adrilles o quarto elemento desta última instância deste jogo. Um Hamlet tergiversante, tupiniquim, mais para Macunaíma do que qualquer outra coisa".
Pouco antes de começar seu monólogo, o escritor disse estar com um pouco de inveja. "Eu preenchendo necessidades fisiológicas, comendo, faminto, famélico de necessidades afetivas e amorosas e os dois lá se banhando de amor. E eu, com fome da alma. Isto é muito injusto. Só me resta comer mexerica e chupar o dedo ou morrer de inveja mesquinhada".