"Não foi rejeição, foi opinião", diz Angélica sobre percentual de votos

Ana Cora Lima

Do UOL, no Rio

Eliminada do "BBB15" nesta terça-feira (24) com 69% dos votos, maior percentual de eliminação da temporada até esta noite, Angélica disse em entrevista a jornalistas que não considera o número como uma recusa dos espectadores. "Não foi rejeição, foi opinião. Vejo como opinião, as pessoas têm opiniões, têm que se dividir em um paredão triplo. Essas pessoas têm o direito de mostrar as suas opiniões. [A porcentagem] não mostra que eu estava errada ou que meu jeito era o incorreto", afirmou a auxiliar de enfermagem.

Angélica ficou 36 dias confinada no reality show e creditou sua saída ao fato de o público estar mais curioso sobre os outros brothers. "Eu já mostrei quem eu sou. Talvez outras pessoas ainda tenham novidades para mostrar", afirmou, acrescentando que não "exagerou" nas críticas que fez e brigas que comprou dentro do programa.

A sister, que não recebeu um abraço de Fernando, seu maior desafeto, ao deixar o reality show, falou com desdém sobre o produtor carioca. "Ainda bem que não me cumprimentou", disse. "O Fernando resolveu passar de bom moço [depois da eliminação de Aline]. Agora ele fica de canto, analisando o jogo", criticou. A paulista ainda classificou como "ridícula" atitude do carioca de chamar Amanda para o cinema do líder na últiima segunda.

Para Angélica, sua saída fará com que os participantes pensem mais antes de se exporem no programa. "Agora todos vão fingir ser o que não são", afirmou ela que foi chamada de "autêntica" no discurso de eliminação de Pedro Bial.

Preconceito

Em entrevista a jornalista logo após sua eliminação, Angélica também falou sobre preconceito, já que sua família, conforme informou o site "F5" nesta segunda, decidiu tomar medidas legais contra comentários direcionados para a sister nas redes sociais. Sem saber o teor das declarações, ela disse que precisa avalilar o que foi dito sobre ela antes de tomar qualquer atitude. "Na verdade, não sei se vou abrir processo. Só se for algo muito direto para mim e que me ofenda muito", afirmou. A sister, no entanto, mostrou pouca disposição para se envolver no assunto. "Agora vão aparecer muitos papagaios de piratas querendo se aproveitar da minha imagem e eu não estou pra isso", disse.

Segundo Erick Castro, irmão de Angélica, ela foi chamada de macaca. "Deve ser muito duro assumir que tem uma negra no programa tão bacana, que é inteligente, bonita, mãe e que luta pelas suas coisas de forma simples e honesta", disse a agora ex-BBB. "As pessoas precisam entender que eu sou como sou, de ser Angélica sem ter  que me rebaixar", continuou. 

Sobre ter discutido com Luan na semana de estreia do reality show, quando o brother disse brincando que "todo preto é ladrão", a auxiliar de enfermagem declarou que "como negra, tinha a obrigação" de contestá-lo.  "Se ele se porta como tal é um problema dele, mas não generaliza quem está ali dentro porque eu sou negra. O fato de eu ser  negra não significa que posso roubar. Eu sempre falo que enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos sempre haverá guerra.  Então achar que todo negro rouba e ridículo", disse.

Já sobre o comentário de Mariza, que ao se referir sobre o fato de Luan ter escondido comida disse estar aliviada por Angélica, "a outra negra da casa", não estar envolvida, a auxiliar de enfermagem contou que não soube da frase dentro do reality. "Eu não ouvi o comentário da Mariza, mas se tivesse ouvido, iriar querer uma explicação", declarou.

Para Angélica, Luan errou ao descumprir regras e gerar punição para os colegas, mas a atitude não poderia ter sido relacionada ao fato de o carioca ser negro.  "O lance do caldo de carne foi a mesma coisa. Rafael, que tem os olhos claros, compartilhou da coisa e  também foi cúmplice do Luan. Não entendi [o comentário de Mariza], mas ninguém de olhinhos claros e pele branca tem o direito de brigar, gritar comigo. Eu acho que tenho capacidade total de ter o que eu quero, correr atrás, buscar honestamente sem me preocupar com quota racial", concluiu.

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