Será que a Globo está protegendo a Laisa? É possível, toda história precisa de uma "bruxa"

Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki

Especial para o UOL
  • TV Globo / Frederico Rozário

    Laisa é a líder do "BBB12" pela segunda vez

    Laisa é a líder do "BBB12" pela segunda vez

Quando as coincidências são muito frequentes, nós começamos a pensar que elas não são simplesmente coincidências. Sou um novato em "BBB", mas está com um cheiro muito estranho as oportunidades que o programa está dando a Laisa.

Vamos conversar sobre as três mais dramáticas...

Primeiro: o telefone toca exatamente quando ela está por perto. Tudo bem, a Globo avisou que o telefone tocaria na sexta à noite durante o programa para definir quem ganharia o Poder Supremo, mas sexta à noite é muito amplo, e me parece lógico que a direção escolha a pessoa que está por perto. Na última vez essa pessoa foi a Laisa. Pode apostar que vai ser uma pessoa que enfrenta a Laisa que vai atender o telefone nesse final de semana, porque senão o jogo acabará muito cedo.

Segundo: a aceitação de um erro dela na prova do líder. Quinta (9) à noite na prova do líder, ficou a impressão de que ela se adiantou ao grupo, portanto ferindo a regra do jogo, e acabou ganhando o direito de ser a líder.

Por muito menos outras pessoas foram desclassificadas e, mais uma vez, ficou a impressão de que a Globo a protegeu.

Terceira: a proteção aos erros dela. Há alguns dias, o Yuri estava para transar com ela de uma maneira descuidada e a direção ordenou que ele parasse e as imagens foram editadas. Porque não tiveram esse cuidado com o Daniel e a Monique? Qual a razão dessa proteção?

Imagina se essa história só tivesse personagens bonzinhos como a Mayara, Fabi e Kelly? Não haveria nenhum interesse. Até na "Bela Adormecida" tem uma bruxa do mal.

O "BBB" é uma novela como qualquer outra novela do horário nobre. A grande diferença é que é muito barata, pois não precisa de atores e diretores caríssimos, e gastos que algumas vezes ultrapassam o valor de um milhão de dólares. Imagina: um milhão de dólares por um capítulo.

O "BBB" é uma novela baratíssima onde o maior gasto é o prêmio de um milhão e meio de reais! E "atores" que basicamente trabalham de graça. Que oportunidade sensacional de lucro.

Mas como toda boa novela, o "BBB" precisa de vilões e nessa versão a Laisa ocupa o posto. Lógico que ela tem de viver o máximo possível para dar emoção ao jogo. Imagina se essa história só tivesse personagens bonzinhos como a Mayara, Fabi e Kelly? Não haveria nenhum interesse. Até na "Bela Adormecida" tem uma bruxa do mal.

O único ponto a ser observado é que a dinâmica do jogo muda totalmente quando os outros participantes observam essa proteção à Laisa, pois os inimigos aprendem que atacá-la é um risco e os amigos do quarto Selva aprendem a se proteger ficando perto dela. Eu não sei se o Yuri realmente gosta dela de verdade. Ele, que frequentemente se mostra como uma pessoa mal-educada e agressiva, como quando quis proibir que falassem mal do Ronaldo, e que tinha saído de perto dela, aguenta agora todo tipo de humilhação.

Nas empresas acontece a mesma coisa quando um diretor protege um gerente incompetente. Pode ser por qualquer motivo: ser um parente do dono ou uma mulher interessante que ele quer conquistar. Os outros gerentes aprendem que enfrentar essa pessoa é perigoso e todos acabam ficando mudos e não denunciam os erros. Resultado: na vida organizacional, a empresa afunda.

No "BBB", essas injustiças dão mais audiência, por que isso serve de tema para as conversas de fim de tarde...

O risco é o publico perder a credibilidade e ninguém assistir.

Roberto Shinyashiki

Médico psiquiatra com doutorado em Administração de Empresas pela FEA-USP, viaja o Brasil e o mundo como palestrante, liderando seminários e atuando como consultor para empresários, políticos e esportistas. É autor de vários best sellers, entre eles “Sucesso É Ser Feliz” e “Problemas? Oba!” e já vendeu mais 6 milhões de livros. Saiba mais no site oficial do Shinyashiki

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