"Quem assumiu personagem se manteve na mídia", diz especialista sobre BBBs

Matheus Monteiro e Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

  • Fabio Bartlelt/ Divulgação/ Gabriel Rangel/ AgNews/ Folhapress

    Grazi Massafera, Sabrina Sato e Juliana Alves se deram bem depois do "BBB"

    Grazi Massafera, Sabrina Sato e Juliana Alves se deram bem depois do "BBB"

A um dia da estreia, os 14 participantes do "BBB15" (13 já foram anunciados e duas mulheres disputarão a 14ª vaga) têm em comum a missão de tentar ganhar o prêmio de R$1,5 milhão. Para alguns, o objetivo é ainda maior: fama e, quem sabe, deixar de lado o ex-BBB que vem acompanhado do nome. Com o histórico de 14 edições, o UOL pediu que a especialista em gerenciamento de carreiras Karla Ikeda analisasse a vida dos antigos confinados desde o "BBB1" até o "BBB14". "Acredito que mantiveram-se na mídia aqueles que assumiram os 'personagens' que os fizeram reconhecidos no programa, pois, bem ou mal, é assim que o grande público os conhece", explicou Karla.

De acordo com esse critério, Sabrina Sato, por exemplo, continua com a imagem de "menina inocente", Grazi Massafera como a "meiga bonitona" e Juliana Alves como "a musa do samba". Para Ikeda, o diferencial está em saber dar um toque a mais a esse estilo próprio depois do programa. "A Grazi e a Sabrina saíram da imagem "menininhas" para se tornarem 'mulherões', mais sofisticadas, mais glamourosas", acrescentou.

Outra característica que chama a atenção da especialista é que os ex-BBBs mais famosos, de maneira geral, não são os vencedores das edições em que participaram. Apenas no "BBB1", o vencedor Kleber Bambam ficou mais conhecido que os outros, justamente por "assumir a persona apresentada no programa e que o tornou conhecido".

Neste cenário, a trajetória do participante Fernando Fernandes do "BBB2", porém, contradiz a regra, por causa da história de superação. "Sem dúvidas, o Fernando que entrou no BBB e o de hoje são duas pessoas completamente diferentes, não apenas pelas dificuldades, mas pela postura adotada. Ele poderia ter se revoltado com seu acidente, mas deu a volta por cima e esse é o tipo de exemplo que o Brasil precisa", analisa Ikeda. Fernando ficou paraplégico em 2009 após um acidente de carro e, desde então, ele vem se dedicado ao esporte paralímpico.

Outros com uma imagem ruim no programa, porém, não conseguiram mudá-la, ou perderam espaço na televisão por conta disso. No "BBB4", a sister Solange ficou marcada pelo "Iarnuou", versão bem distante do inglês de "We are the World", e acabou virando motivo de piada, o que ela tentou mudar com cursos e novos trabalhos. "Livrar-se da personagem faz com que ela tenha que criar uma nova persona artística, que, talvez terá menor reconhecimento do grande público", diz Ikeda.

Redes sociais mudaram a fama e a força dos candidatos

A partir do "BBB10", a internet ajudou na escolha do vencedor, ao mesmo tempo em que possibilitou a permanência de alguns ex-BBBs na mídia. A Máfia Dourada, que colaborou com a vitória de Marcelo Dourado, foi um dos primeiros exemplos da importância das redes socias, que chegou ao ápice na última edição, com as Clanessas, torcedoras do casal Clara e Vanessa. "Pela polêmica da relação, pelo apelo com o público jovem e o público GLS, aliados à beleza e a forte temática dos universos fitness e social, defendidos por Vanessa, ela e, por tabela, Clara, elas se mantiveram na mídia", finaliza Ikeda. 

Segundo ela, a existência dessas torcidas com tamanha força acaba sendo uma via de mão dupla. "Os fãs se organizam e dão força a seus ídolos, mas às vezes acabam se celebrizando também, seja pelo "barulho" que fazem seja por conseguirem estar mais próximos ao ídolo", garante.

Além disso, a especialista afirma que outros ex-BBBs fazem uso da internet para serem (re)lembrados, o que pode ser uma caminho para se manter em evidência. "Alguns exemplos são a Adriana ("BBB11"), que há algum tempo fez fotos "engordando" e depois malhando para emagrecer de novo e chamou a atenção da mídia ou a própria Paulinha ("BBB11"), que emagreceu 40kg e mostrou nas redes sociais", finaliza Ikeda.

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