Com iPad como prêmio, fãs organizam "BBB" alternativo na web

Natalia Guaratto

Do UOL, em São Paulo

  • Divulgação

    Participantes da quinta edição do "BBBPVT", versão do "BBB" criada por usuários do Facebook

    Participantes da quinta edição do "BBBPVT", versão do "BBB" criada por usuários do Facebook

O "BBB15" só estreia no dia 20 de janeiro, mas, para algumas pessoas, o jogo já começou.  Na última segunda-feira (5), um grupo de 21 fãs do programa, entre 19 e 32 anos, começou a concorrer no "Big Brother Private", uma versão alternativa e feita inteiramente na internet do reality da Globo.

Sem nenhum vínculo com a emissora, o "BBBPVT" foi criado no Facebook em 2011 e tem uma equipe de três pessoas responsáveis pela seleção dos participantes e regras do jogo.  O porta-voz do grupo e apresentador do programa é o estudante de psicologia Kyelce Neto, de 24 anos. Em entrevista ao UOL, ele contou que 200 pessoas se inscreveram para a edição deste ano. "Era uma brincadeira fechada, feita em grupos secretos do Facebook, mas cresceu. Na terceira edição, começamos a usar olheiros, fuçar perfis para descobrir possíveis participantes e, a partir da quinta temporada, abrimos para inscrições", afirmou.

Diferentemente do "BBB", em que o prêmio para o vencedor é de R$ 1,5 milhão, no "BBBPVT", o ganhador leva um iPad, comprado pela equipe organizadora. Para Neto, a recompensa é a única diferença entre o reality real e o virtual. Ao navegar pelas páginas é possível ver que alguns participantes foram selecionados pela Casa de Vidro. Outros foram mandados para o Quarto Branco, e os organizadores já até fizeram o Big Fone tocar. "Atenção, preste bem atenção, você acaba de ganhar o CD da banda Malta, escolha imediatamente outro participante para também ganhar este presente", dizia a mensagem. Como no "BBB", o público também vota em paredões semanais por meio de um site de enquetes online.

Reprodução/YouTube
O apresentador Neto comanda uma reunião entre os participantes do reality virtual "BBBPVT"
"A grande graça é que os participantes também estão confinados, só que é um confinamento psicológico. Eles precisam estar ligados na internet 24 horas por dia, interagindo uns com os outros, senão perdem algo e acabam ficando para trás", explica Neto.

O espaço para os "brothers" se relacionarem é um grupo fechado no Facebook. Seguida por mais de 8 mil usuários da rede social, a comunidade equivale ao pay-per-view da versão global do reality, afinal nada do que é escrito é editado. Com menos seguidores, cerca de 2.700, a fan page do "BBBPVT" funciona como a edição do programa, onde são postados resumos  e melhores momentos do dia a dia dos concorrentes.

Além disso, os participantes se "encontram" online semanalmente por meio de Hangouts On Air, ferramenta do Google que permite transmissão ao vivo de conversas em vídeo. Segundo Neto, é nas reuniões virtuais que o "BBBPVT" chega mais perto de oferecer algum entretenimento semelhante ao "BBB" real. "Houve uma briga épica em uma edição. Dois participantes começaram a se ofender ao vivo, um chamou o outro de boca torta", conta o apresentador.

Raros, os encontros pessoais são permitidos e servem principalmente para formar casais. "Na edição passada, um participante de São Paulo e um do Rio de Janeiro se encontraram e acabaram ficando. Foi o casal da temporada, mas, pela distância, não ficaram juntos", diz Neto.

Um dos participantes da edição atual é Edgar Tintino, morador de São Bernardo do Campo (SP), de 23 anos. Para ele, a experiência no "BBBPVT" serve como um treino para o "BBB" real. "A grande maioria se inscreveu, pois, assim como eu, não teve chance no reality da Globo. Como queremos nossos minutos de fama prolongados, nada como um reality virtual para fazermos a lição de casa, caso um dia entremos na Globo", diz.

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