Em novo "BBB Turbo", prova do líder parece "Programa Silvio Santos"

Mauricio Stycer

Mauricio Stycer

Crítico do UOL

Como já ocorreu em outras edições, o "BBB14" entra na reta final em ritmo alucinante. Entre o domingo (23), quando Cássio deixou o programa, e o próximo domingo, terão ocorrido quatro eliminações. 

Na pressa, o reality naturalmente perde em qualidade. Os discursos de eliminação de Pedro Bial se tornam mais pobres e menos enigmáticos. As provas que decidem a escolha do líder tendem a ser mais simples, de maneira que se resolvam rapidamente.
 
Nesta terça, a prova que levou Marcelo à liderança não apenas foi primária como reproduziu uma atividade de gincana já vista inúmeras vezes no "Programa Silvio Santos", dentro do quadro "Nada Além de 1 Minuto". Quem não lembra da tarefa em que o candidato precisa manter uma bolinha de ping-pong presa junto a um canudo e transportá-la até um recipiente?
 
Além da perda de qualidade, o momento "turbo" do "BBB14" apresenta um problema que ainda não havia ocorrido no reality show da Globo. Este ano, pela primeira vez, o programa começou em fase turbo – em duas semanas ocorreram seis eliminações. 
 
A intensidade da fase inicial se revelou, no fundo, um grande desperdício de energia. Foram duas semanas em que o público, na verdade, não reconheceu o seu programa querido. Não conseguiu conhecer nenhum participante direito. Os conflitos esboçados não tiveram tempo para se desenvolver. Mal deu para alimentar simpatias ou antipatias e seis participantes já foram embora.  
 
Ao retomar o estilo "turbo" na reta final, desconfio que o "BBB14" está encontrando um público já cansado deste artifício. As dificuldades do programa com o Ibope parecem confirmar esta hipótese.
 

Mauricio Stycer

É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor. Conheça seu Blog no UOL

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