Com candidatos sem medo do ridículo e júri eclético, "Ídolos" diverte mais

Mauricio Stycer

Mauricio Stycer

Crítico do UOL
  • Divulgação/Record

    Na estreia como apresentador do "Ídolos", Mion conseguiu se destacar pelas piadas sem graça, tipo: “Quem vê cara não vê que horas são”

    Na estreia como apresentador do "Ídolos", Mion conseguiu se destacar pelas piadas sem graça, tipo: “Quem vê cara não vê que horas são”

Shows de calouros, tanto os de antigamente quanto as versões modernizadas, como “Ídolos”, assentam-se na certeza de que sempre haverá gente sem medo do ridículo disposta a nos divertir.

Mas não basta a coragem de encarar o palco com uma música mal escolhida e a voz desafinada. É preciso um bom apresentador e um eclético corpo de jurados para tornar o prazer completo.

Em sua edição 2012, o programa da Record parece ter encontrado um ótimo time, quase inteiramente renovado em relação ao ano anterior. Saíram Rodrigo Faro, apresentador, Luiza Possi e Rick Bonadio, jurados, e entraram Marcos Mion, Fafá de Belém e Supla. Só Marco Camargo permaneceu.

Nesta fase da competição, em que são apresentadas as eliminatórias regionais, o papel do apresentador é bem pequeno. Mion conseguiu se destacar pelas piadas sem graça, tipo: “Quem vê cara não vê que horas são”. Em alguns momentos, chegou a se confundir com os candidatos que aguardavam a hora de cantar. Estava tão desajeitado que foi engraçado.

Camargo representa o jurado mau, impiedoso, sádico. É o tipo mais engraçado, que leva o programa nas costas. “Você é o típico cantor de barzinho que entra para cantar às 3 da madrugada e já tá todo mundo chapado”, disse para um candidato, dispensando-o.

Supla interpreta o papel que o consagrou – o tipo doidão, moderno, “não tô nem aí pro que pensam de mim”. Aprovou candidatos desafinados pelo prazer de chocar. “Champs, eu acho você um tanto quanto bizarro. Por isso tem meu sim”, disse a um, vetado pelos outros jurados.

Fafá de Belém levou a tarefa a sério. Deu pequenas aulas sobre alguns dos músicos interpretados, avaliou os candidatos tecnicamente e, num momento raro, chorou muito depois de ouvir um rapaz muito simples, ascensorista, cantar dois sambas lindos no programa.

Qualidade musical? Por enquanto passou longe.  Mas, em matéria de diversão, "Ídolos” 2012 deu sinais de que será mais divertido que o anterior.

Mauricio Stycer

É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor. Conheça seu Blog no UOL

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