Favor não confundir “Conversa de Gente Grande” com programação infantil. A atração comandada por Marcelo Tas, que a Band estreou neste domingo, ocupa outro nicho – o de programas com crianças destinados a entreter adultos.

Por quase uma hora, o apresentador do “CQC” colocou crianças em situações muito engraçadas e “fofas”. Promoveu entrevistas “sérias” com meninas de 4 anos, submeteu os pequenos a pegadinhas e reuniu um grupo para entrevistar o ex-jogador Pelé.

Pela repetição de alguns quadros, ficou a impressão que o programa poderia ter sido mais curto. Na conversa com Pelé, as perguntas das crianças pareceram combinadas antes e a “grande revelação” (de que o Brasil merece “um chute na bunda” por causa do atraso nos preparativos para a Copa de 2014) só foi obtida por pressão de Tas.

“CGG” segue uma trilha explorada com maior ou menor sucesso por diferentes apresentadores, cujo maior desafio é conseguir promover entretenimento sem constranger os seus protagonistas.

“Cartãozinho Verde”, atualmente em exibição na TV Cultura, é um bom exemplo das possibilidades de colocar crianças no papel de “gente grande”. Já Raul Gil e Silvio Santos são sempre lembrados por experiências negativas neste ramo.

Houve quem se lembrasse de “Gente Inocente” (na versão apresentada pela Globo no final da década de 90). Mas Marcelo Tas é muito mais experiente e tem muito mais jogo de cintura que Marcio Garcia exibia na época para a tarefa.

Tas é carinhoso e sabe extrair o mais cômico daquelas crianças sem constrangê-las. Não deixa de ser estranho, porém, imaginar que todas elas foram levadas ao estúdio da Band somente para nos fazer rir.

Dados de audiência indicam que "CGG" ficou em quarto lugar no horário em que foi exibido, com 2,3 pontos de média, à frente apenas da RedeTV.