"Cheias de Charme" começa em clima de conto de fadas sobre a classe C
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No capítulo de estreia, a cantora Chayene (Claudia Abreu) tem um ataque de fúria com a "empreguete" Maria da Penha (Taís Araujo) ao descobrir que ela queimou seu vestido com o ferro de passar
No momento mais notável de “Cheias de Charme”, antecipado nas chamadas que promoveram a nova novela, as três protagonistas se dão as mãos, dentro de uma cela na delegacia, e fazem um pacto romanesco, tipo “Os Três Mosqueteiros”: “Dia de empreguete, véspera de madame”.
Três Marias, três empregadas, humilhadas pelos patrões e patroas, maltratadas ou traídas pelos maridos e namorados, mas sonhadoras e bem-humoradas.
Maria do Rosário (Leandra Leal), Maria da Penha (Taís Araujo) e Maria Aparecida (Isabelle Drummond): eis o trio que promete redimir milhões de brasileiras em tom bem suave.
Veja como foi o primeiro capítulo
Veja Álbum de fotosOs números prévios da audiência sugerem que o trio agradou. A novela começou com 29 pontos e terminou com 36 – um bom resultado.
O conflito de classes foi o mote do capítulo de estreia. “Neguinho só te faz explorar nesta casa”, diz Rodinei (Jayme Matarazzo) a Cida. Ele é entregador do mercado, mas nas horas vagas mostra o seu talento como grafiteiro.
Do lado de lá do balcão, uma cantora brega muito popular, Chayene (Claudia Abreu), e um cantor romântico ultra cafona, Fabian (Ricardo Tozzi), ambos cercados por aquele séquito de assessores e bajuladores típicos, além de fãs apaixonados (no caso dele, as “fabianáticas”). Tudo bem exagerado, em chave claramente paródica.
Alto astral, da abertura em animação à poderosa trilha sonora, da fotografia solar à narração radiofônica, a novela de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, a julgar pelo capítulo de estreia, promete levar a classe C ao paraíso.
Mauricio Stycer
É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor. Conheça seu Blog no UOL