"Ele achou que ia morrer", diz mãe de Cássio sobre traumatismo craniano

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

Cássio surpreendeu os brothers ao compartilhar um episódio de violência, no qual ele sofreu um traumatismo craniano por levar sete coronhadas. Susi Lannes, mãe do gaúcho, falou que o relato diz respeito a um assalto que o estudante sofreu há cerca de seis meses, na cidade de Alvorada (RS). "Eu sou difícil apagar. Já tomei sete coronhadas na cabeça, tive traumatismo craniano e tive de ficar dois dias acordado para ver se não tinha coágulo na cabeça. Não sou fácil de apagar. Se eu tivesse desmaiado logo que apanhei, poderia ter dormido, mas não aconteceu", explicou o jovem.

"Ele chegou em casa todo ensanguentado e com o dedo quebrado depois de ser  assaltado por cinco, seis pessoas. Ele colocou a mão na cabeça para se proteger e acabou quebrando o dedo. Era inverno e levaram os sapatos e o blusão dele", detalhou Susi.

Ela contou que o brother levou a surra por defender um amigo. "Os caras colocaram a menina que estava com eles de lado e começaram a bater no Cris (amigo do Cássio). O Cássio falou que não precisava bater nele e aí bateram nele. Assaltante não pode desafiar", disse a mãe do jovem.

Após o assalto, Cássio foi socorrido pela mãe de uma amiga, mas mesmo assim chegou em casa com ferimentos. Susi se exalta apenas de lembrar o estado do filho depois da agressão. "Sabe quando você fica com raiva? Eu não batia no meu filho e aí você o vê chegar pelado com sangue até o pé. Te dá um negócio", desabafou.

Enquanto tentava se recuperar do susto e dos machucados, Cássio reclamou de dores. "Ele falava, 'mãe, eu vou morrer, minha cabeça está explodindo'", relatou. Em seguida, foi levado ao hospital para exames e ficou internado por dois dias depois de constatado o traumatismo craniano.

"Os caras bateram por maldade. O Cássio não é de se envolver em briga. Desde o colégio ele apanhava por defender os outros", salientou. Na mesma conversa sobre o traumatismo craniano, o gaúcho falou que apanhou com um cavalete em um arrastão e com um ferro na cabeça em ocasiões diferentes. Susi não teve conhecimento dessas duas experiências do filho.

Segundo pesquisa de 2013 realizada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, os casos de violência contra jovens aumentaram nas últimas três décadas. De acordo com a pesquisa, o município de Alvorada registrou a maior taxa de homicídios do Rio Grande do Sul, com 56,5 de mortes a cada 100 mil habitantes.

A mãe do Cássio, no entanto, acredita que a violência está em toda parte e diz que a fama de Alvorada faz parte de uma propaganda negativa. "O Cássio já foi assaltado em Porto Alegre também. A violência está em qualquer canto. Se a gurizada está na rua até tarde está correndo risco em qualquer lugar. Alvorada é uma cidade de gente boa", garantiu.

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