Bianca, a personagem de Cleo Pires em "Salve Jorge", promete mexer muito os braços e o ventre para mostrar na TV como são os movimentos sensuais da dança típica da Turquia. Já a atriz treina em casa, com o marido, o publicitário João Vicente de Castro, o que aprendeu nas aulas de dança  - dos sete véus e do ventre - que pratica para incorporar uma ocidental que se apaixona por um turco "tradicionalista", Zyah (Domingos Montagner).

Segundo a atriz, João Vicente tem sido seu maior crítico e, ao mesmo tempo, incentivador: "o meu teste é ele. Quando eu chego, com novas coisas, danço para ele". Os movimentos não são tão simples. "É uma dança muito difícil. Parece que é só ficar mexendo mas não é, porque tem todo um posicionamento correto, um direcionamento de tudo, da parte mais interna do seu músculo. Às vezes fico bem frustrada, porque acho que nunca vou conseguir. Mas já fiz alguns avanços", garantiu.

Este é o sexto papel de Cleo em novelas da Globo e o terceiro com a autora Glória Perez. A filha de Glória Pires e Fábio Jr estreou com uma participação na minissérie "Memorial de Maria Moura" (1994), mas foi em "América" (2005) que fez seu primeiro papel na teledramaturgia. Depois atuou em "Cobras e Lagartos" (2006), "Ciranda de Pedra" (2008), "Caminho das Índias" (2009) e "Araguaia" (2011). Leia a seguir a entrevista com Cleo:

UOL - Como é a Bianca, sua nova personagem?
Cleo - Ela é uma brasileira e vai para a Turquia com o namorado (Alexandre Nero). Eles começam a namorar e viajam. Ele tem uns negócios lá e ela vai acompanhá-lo. E lá, se apaixona pelo personagem do Domingos Montagner [Zyah, um guia de turismo que os acompanha nos passeios]. E acaba ficando na Turquia.

Como foi a sua preparação para a personagem?
Estou fazendo aula de dança oriental, que a gente conhece como dança do ventre. Mas, na verdade, é muito mais abrangente do que só ficar mexendo o quadril. Essa dança é muito difícil. Parece que é só ficar mexendo mas não é, porque tem todo um posicionamento correto, um direcionamento de tudo, da parte mais interna do seu músculo. Às vezes, eu fico bem frustrada, porque acho que nunca vou conseguir. Mas já fiz alguns avanços.

Seu marido [o publicitário João Vicente de Castro] gosta das aulas de dança?
O meu teste é ele. Quando eu chego, com novas coisas, danço para ele. É ótimo, porque ele diz que eu estou sempre linda. Mas que sempre preciso melhorar em algum ponto.

Como foi a experiência na Turquia?
Foi muito boa, muito especial. A Capadócia, principalmente. Istambul é muito legal, mas a Capadócia tem uma energia mais crua, e eu sou muito ligada nessas coisas. O lugar que eu estou influencia muito o meu estado de espírito. E eu senti uma energia muito eletrizante lá. Me senti muito bem.

Você acaba de completar 30 anos. Já sente o peso da idade?
Virei balzaquiana. Eu gosto de envelhecer, acho que faz bem para a alma. Mas não sinto peso.

Que balanço você faz dos seus 30 anos?
Não faço nenhum balanço, porque nunca fiz planos a longo prazo. Eu não faço essas coisas, porque acho que não faz o menor sentido. Você não sabe o que vai acontecer da vida, então não dá pra dizer que 'quando fizer 30', quero estar em tal lugar. Tudo muda tanto, eu gosto tanto das mudanças e me adapto tanto que não faço nenhum plano muito cristalizado. Só a curto prazo.

Sua irmã Antonia estreia agora como atriz, em "Guerra dos Sexos", ao lado de sua mãe. Você deu algum conselho para ela?
O único conselho que eu dou para ela é não ouvir o que ninguém diz e fazer só o que ela acha que é certo. Às vezes, o que é certo pra mim, não é certo para ela. Estamos em momentos diferentes. Acho muito difícil dizer o que a pessoa deve fazer.

Mas ela pediu aos seus fãs e os da sua mãe para não criarem nenhuma expectativa com relação a ela. Porque senão ela nunca seria tão boa quanto vocês...
Olha como ela é linda, olha o pedido da pessoa. Totalmente profundo. Não posso falar nada, só que ela é uma coisa linda.

Você tem com ela aquela coisa de irmã mais velha?
Eu tinha muito essa coisa de proteger e cuidar dela. Mas, quando ela começou a crescer, e eu acho que o importante é que cada um tenha a sua autonomia, parei de fazer. Mas o meu instinto inicial é sempre proteger ela. Eu sou muito materna com eles, mas acho que acaba estragando o processo de amadurecimento. Então, procuro não fazer.