"Me perguntam se eu vou dar conta", diz Nanda Costa sobre ser a protagonista de "Salve Jorge"

Claudia Dias

Do UOL, no Rio

  • Divulgação/TV Globo

    Nanda Costa posa para foto nos bastidores da nova novela das nove "Salve Jorge" (13/9/12)

    Nanda Costa posa para foto nos bastidores da nova novela das nove "Salve Jorge" (13/9/12)

Depois de atuações premiadas nos filmes "Sonhos Roubados (2009) e "Febre do Rato" (2011)  e alguns papéis coadjuvantes em novelas e minisséries, a atriz Nanda Costa, 26, encara o seu primeiro grande desafio na televisão. Ela interpreta a forte e determinada Morena, a protagonista de "Salve Jorge", novela das nove da Globo que teve seu primeiro capítulo exibido nesta segunda-feira (22).

Para viver o papel de uma jovem que nasceu e foi criada na favela, Nanda teve contato com moradoras do Complexo do Alemão e aulas de funk, além de uma imersão na realidade das vítimas do tráfico internacional de mulheres.

Divulgação
Morei em pensionatos de freiras, em casa de professores, passei muito perrengue. Acho que sou focada, guerreira e estou aqui!

sobre o que tem em comum com sua personagem

Nanda foi escolhida pela autora Gloria Perez para o papel, e, apesar de dividir opiniões na Globo, garante que vai dar conta do recado. Leia na entrevista a seguir:

UOL - Está preparada para viver a sua primeira protagonista?
Nanda Costa - É um dia atrás do outro. As pessoas me perguntam se eu vou dar conta. Acho que dar conta é um trabalho diário. Hoje eu dei conta, fiz todas as cenas que deveria ter feito. Quando vi a chamada pela primeira vez e recebi como retorno o carinho dos amigos, já dá uma ansiedade, uma vontade de começar logo e já ir vendo o seu trabalho. Adorei o clipe, fiquei emocionada e o fato de ter me emocionado é porque me tocou. Eu não fiquei criticando, procurando defeitos, simplesmente me emocionei.

Você é muito crítica?
Já fui mais. Mas se é para melhorar, não fico sofrendo. Vejo as cenas para ver onde eu não fui muito bem, onde eu posso melhorar. Sou mais prática.

O que você e a Morena têm em comum?
Eu saí de casa muito cedo e sempre soube que ia ser atriz. Tinha uma determinação, uma garra e uma vontade, que assustavam a minha família. Eles tinham medo que eu me decepcionasse, porque eu tinha muita vontade e era muito criança. Saí de casa aos 14 anos e fui morar em São Paulo. Morei em pensionatos de freiras, em casa de professores, passei muito perrengue. Acho que sou focada, guerreira e estou aqui!

Como você se preparou para o papel?
Teve muita preparação por trás. Eu quero trazer uma Morena cheia de novidades, frescor, garra e determinação. Eu frequentei algumas comunidades, o Morro do Alemão, que eu não conhecia. Passei uma tarde lá, conheci meninas, conversei com elas, fiz aulas de funk e samba, fiz muito exercício físico, para poder ter energia, fôlego e saúde para encarar o ritmo de trabalho, que é o maior que já tive. E coração aberto sempre, para contar a história da forma mais verdadeira possível, porque a Morena é uma mulher incrível.

Sua personagem vai levantar a questão de mulheres vítimas do tráfico internacional, um assunto que precisava ser falado...
Sem dúvida, é um assunto que tem que ser trazido à tona. É bom poder contar, principalmente em uma novela tão popular como são as novelas da Glória, no horário das nove. Quanto mais meninas a gente puder alertar sobre isso, melhor. Aí o recado vai estar dado, a missão vai estar cumprida e eu vou estar feliz como artista.

Como  você encarou a realidade das vítimas?
Eu li "O Ano em que Trafiquei Mulheres", do Antonio Salas, que é maravilhoso. Vi filmes, documentários, e o workshop que a Globo nos ofereceu. Conhecemos várias meninas que falaram sobre a experiência que viveram, que foi bem doída. Uma coisa é você ler, ver filmes, outra coisa é você ter contato com uma pessoa que passou por aquilo. Conhecemos o pai de uma menina que foi assassinada, que foi bem doloroso. O mundo é pesado, mas a Morena é leve, sonhadora, pra cima e não vai baixar a cabeça. Ela vai lutar até o final. Claro que vai sofrer muito, porque vai cair em uma questão muito séria, que é o tráfico de pessoas.

A Morena vai viajar até a Turquia, onde irá perceber que foi enganada. Como foi gravar naquele país?
Foi sensacional, ficamos 45 dias. Era um país que eu não conhecia, tinha muita vontade de conhecer, passeei de balão, que foi uma experiência incrível. Foi engraçado, porque éramos vários atores dentro do balão e o Marquinhos [Schechtman, diretor] dizia que ia começar rodando a Cleo [Pires] e o Domingos [Montagner] e todos nós tínhamos que nos abaixar. Quando começou a subir, eu estava abaixada, não vi a altura. A subida é muito sutil, quase não trepida, então você não sabe a que altura está. Mas foi sensacional.

O que mais trouxe de recordação da Turquia?
Trouxe um olho turco, muitos temperos, pimenta... Trouxe café turco e algumas lembrancinhas.

Você já atuou no cinema. Qual é a sua relação com a sétima arte?
Fiz uns 10 filmes. Tenho muito carinho por todos os personagens que fiz no cinema, mas acho que "Dolores Duran", que foi uma série que eu fiz, foi um divisor de águas. Foi ali que a Sandra Werneck me viu, me chamou para o "Sonhos Roubados". Viajei o mundo com este filme, para festivais, concorrendo a prêmios. Ganhei alguns prêmios fora do país também. Foi muito importante. Até a Glória Perez [autora de "Salve Jorge"] disse que viu o filme e ali ela percebeu que eu poderia ser a Morena da novela dela. Então, tenho um carinho especial por todos. E agora, o "Gonzaga - de pai para filho" [que vai estrear no próximo dia 26], com o Breno Silveira, que é um cara de quem eu sou muito fã. Vai estrear junto com a novela, é um presente divino.
 

UOL Cursos Online

Todos os cursos