Lisandra Souto revela que recebeu ajuda para recomeçar na TV depois da separação

Renato Damião

Do UOL, no Rio

  • Divulgação/TV Globo

    Lisandra Souto é Amanda em "Salve Jorge"

    Lisandra Souto é Amanda em "Salve Jorge"

Com apenas 21 anos, Lisandra Souto deixou de lado a carreira de atriz para se casar com o então jogador de vôlei Tande. A união durou 15 anos e chegou ao fim em junho de 2012. Agora, aos 37 anos, ela está de volta ao ar em “Salve Jorge”, novela das nove da Globo.

Em conversa ao UOL, Lisandra contou que o retorno, após 18 anos, a deixou "nervosa e insegura". A última novela na qual participou, do início ao fim, foi “Quatro por Quatro”, em 1994. “Estava com saudade da televisão, estou encarando ‘Salve Jorge’ como um recomeço”, disse a atriz, que recebeu orientação de uma coach (preparadora de elenco) para superar as dificuldades.

Sem arrependimentos, Lisandra contou que chegou a temer não ser mais chamada para atuar e que hoje faria algumas coisas diferentes. "Parei em uma fase muito boa, não me arrependo, meus filhos representam tudo para mim, mas talvez fizesse de outro jeito, poderia ter aceitado um trabalho ou outro", opinou ela referindo-se aos filhos, Yasmin, de 12 anos e Yago, de nove.

Leia a entrevista completa com Lisandra Souto.

UOL – Em “Salve Jorge” você é a Amanda, casada com o personagem do Dalton Vigh, o Carlos. Você pode contar um pouco como ela é? 
A Amanda é muito objetiva, segura de si. Uma mulher determinada que apronta e não mede as consequências. Ela é espirituosa, chique, elegante.

A última novela que você atuou do começo ao fim foi “Quatro por Quatro”. Qual a expectativa para esse retorno?
Estou bastante nervosa. Naturalmente, uma estreia já é motivo suficiente para deixar a gente a mil, cheio de expectativa. Imagina eu, que estou há tantos anos afastada! Bate muita insegurança e nervosismo, mas vamos que vamos! Daqui a pouco a gente vai se encaixando e, depois, é curtir e se realizar.

Bateu algum tipo de insegurança?
Eu acho que o prazer é muito grande, supera tudo. A insegurança bate. Todo começo de novela para mim vinha com a insegurança. Agora então, que fiquei tanto tempo parada, isso se intensifica. Mas a gente vai esquentando. Estou recebendo uma ajuda muito grande de toda a equipe e estou procurando dar o melhor de mim.

Você está contando com ajuda de algum profissional para passar o texto?
Tive ajuda de uma coach, a Andrea Cavalcanti, para poder me sentir mais segura. Mas a própria equipe da novela ajuda muito. O núcleo da Glória [Perez] tem isso de bom. Como normalmente retrata culturas diferentes, eles fazem muitas leituras e workshops. A gente entra mais preparada, o que para mim fez uma grande diferença.

Você percebeu alguma diferença na maneira de fazer novela da década de 90 para cá?
Mais ou menos. Tem muita gente da minha época que está nesse núcleo. A própria Glória [Perez], com quem eu já trabalhei. Como estou fora do ar há bastante tempo, não tenho parâmetros para comparar se os outros também fazem uma preparação desse tamanho. Mas para mim foi muito benéfico porque eles realmente tiveram tempo de parar e ajudar cada um dos atores a construir os personagens.

Você abdicou da sua carreira para casar e ter filhos. Agora sentiu que era a hora de voltar?
Deus escreve certo por linhas tortas, tudo tinha de acontecer nessa hora. Graças a Deus estou vivendo uma fase de grande realização na minha vida. Estou fazendo aquilo que eu gosto e estava com vontade e saudade. E tive a possibilidade desse retorno, desse recomeço. Por um tempo  vivenciei muito a maternidade, que foi uma coisa que eu queria muito e me completou muito. Quando meus filhos começaram a crescer um pouquinho foi quando pensei em voltar e tudo foi se encaixando. As coisas caminharam para que eu voltasse em “Salve Jorge”.

Como seus filhos estão reagindo ao seu retorno à televisão? 
Lá em casa tem briga para ver quem vai bater texto comigo. Os dois querem! O meu filho quer fazer o personagem do Dalton Vigh, que faz o meu marido, todas as vezes em que eu vou gravar. Aí quando eu falo que não vou gravar com o Dalton, que não tem nenhuma cena, ele fica triste.

Eles já te assistiram na televisão?
Eles viram “Quatro por Quatro” na reprise, mas acho que não curtiram tanto como agora. Agora, é tudo muito novo. A chamada de “Salve Jorge” está passando, eles estão vivendo esse momento em tempo real. 

Em algum momento você teve medo de não voltar mais à televisão? 
Eu tinha receio de não ter a oportunidade de voltar por ter parado há muito tempo. E eu parei em uma fase muito boa da minha carreira. Eu estava num período bem especial. Batia a insegurança, pensava se ia conseguir. Mas foi a opção que fiz. Eu queria muito ser mãe.

E você se arrependeu em algum momento?
Comecei a trabalhar muito novinha, com 8 anos. Quando cheguei aos 21, já estava pensando em outras coisas para a vida. Queria ter filhos, viajar, enfim, e pude curtir isso tudo. Não me arrependo porque eu pude curtir essa fase e, agora, estou curtindo esse retorno também.

Hoje em dia você tomaria uma atitude parecida com a que teve?
Hoje, com 37 anos, eu penso diferente do que com 21. Com 21 anos você toma as suas atitudes sem medir muito as consequências que elas vão ter. Vai fazendo porque quer ser feliz. Hoje em dia talvez eu fizesse de uma forma mais leve. É perfeitamente possível poder trabalhar fora, cuidar dos filhos e eles serem educados. A Giovanna Antonelli tem três crianças e dá conta. É puxado, mas a gente consegue. Talvez eu fizesse de outro jeito, aceitasse um trabalho ou outro. Mas não me arrependo. Meus filhos representam tudo para mim. E ainda estou tendo essa oportunidade de recomeçar. Então, é bola para frente. 

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