Com sucesso de bordão em "Geração Brasil", ator troca "alô" por "I love it"

Ana Cora Lima

Do UOL, no Rio

Quando sai de casa ou atende um telefonema, Rodrigo Pandolfo já quase não usa expressões como "oi", "alô" ou "como vai?". Por causa do seu personagem Shin-Soo, da novela "Geração Brasil", ele agora só cumprimenta com o bordão "I love it!". "Um sucesso, né? E sinceramente não esperava que fosse pegar tão rápido. Estava gravando em São Francisco, nos Estados Unidos, e vi que essa expressão era muito usada por lá. Coloquei sem querer, no improviso, e ficou. 'I love it' tem tudo a ver com essa onda de celebridades e da fofoca", contou Rodrigo ao UOL.

Aos 29 anos, o gaúcho que passou boa parte da infância na cidade de Primavera do Leste, em Mato Grosso, interpreta um brasileiro filho de coreanos na trama das 19h. Além do figurino e da composição física – tudo inspirado nas bandas pops do país asiático –, ele usa também um recurso para ficar ainda mais parecido com um oriental: um adesivo nos olhos. 
 
"Durante a preparação do personagem, a gente fez de tudo para atender o pedido de um olho levemente puxado e depois de várias alternativas, a melhor foi um adesivo que, na verdade, é uma fita especial para a pele. Ela é colada e tem um fio elástico que fica preso tipo um encaixe na minha cabeça", explicou o ator que admitiu levar quase uma hora se arrumando para gravar e um certo incomodo com o adesivo, mas que no final dá tudo certo. "A direção da novela e eu chegamos a um acordo: só coloco o fiozinho na hora do ação mesmo, do 'gravando'".

TV Globo
Rodrigo Pandolfo estreia como diretor teatral no final de maio
O ator conta que Shin-Soo mostrará diferentes facetas em "Geração Brasil". "Para mim, ele tem os dois lados das gangorras. É uma pessoa extravagante, exótica, engraçada e histriônica na frente das câmeras. Praticamente um personagem. E, longe dos holofotes, ele tem um lado pessoal não tão resolvido, é um cara muito só, humano e romântico", definiu Rodrigo.

E ainda adiantou um pouco sobre o futuro reserva para o repórter e celebridades na Parker TV: "O que eu tenho até agora de roteiro é que ele tem uma vida paralela do palco, da televisão e vai acabar envolvendo com uma pessoa. Vai ser uma virada inesperada diante do que já foi apresentado na trama", revelou o ator, deixando em aberto se essa relação será com Lara Avelar, mãe do pequeno Tomás, que no capítulo exibido no sábado (24) surgiu como suposto sobrinho de Shin. "Vamos deixar no ar", zombou.

Rodrigo também contou que, nos próximos capítulos, vão entrar expressões vindas diretamente da Coreia para Shin-Soo. "Os autores da novela pesquisaram e descobriam algumas gírias, algumas falas. I love it!", brinca o ator. "Temos uma equipe muito gostosa e todo mundo brinca junto. Tipo, eu jogo a bola e ela é bem recebida pelo outro, que também recebe a bola e manda  para o terceiro, para o quarto e por aí vai, entende? O segredo está no jogo, e esse elenco só tem feras, atores de primeira. Sou fãs de todos e admiro a postura pessoal que cada um tem com relação à vida".
 
Se para Shin o mundo de celebridades, glamour e tapetes vermelhos enchem os olhos, para Rodrigo nem tanto. "Existe um trabalho diário, de fazer a sua arte, que é gravar, ensaiar, decorar o texto, compor seu personagem, fazer o trabalho x dentro de uma obra. Existe outro que é alimentar o trabalho midiático. Eu não tenho julgamento disso. Cada um escolhe um caminho e até onde é interessante ir ou não aos lugares. É uma escolha muito pessoal", disse.
 
No final do ano,  Pandolfo completa 15 anos no Rio, onde foi morar para seguir a carreira de ator. "Geração Brasil" é a sua segunda novela (a primeira foi "Cheias de Charme", em 2012), mas ele é conhecido por suas atuações em outros produtos na Globo, como as séries "Tapas e Beijos", "Afinal o que Querem as Mulheres", "A Mulher do Prefeito", além de sua atuação no cinema e, principalmente, no teatro. O ator já foi indicado duas vezes ao Prêmio Shell (pela peça "Cine-Teatro Limite", em 2008, como melhor ator, e pelo musical "O Despertar da Primavera", em 2009, como melhor ator coadjuvante).
 
"Eu gosto muito de atuar, de um palco. Agora estou dirigindo uma peça 'A Moça da Cidade', uma rádio novela moderna que estreia no dia 30 de em maio no SESC Copacabana, no Rio. É o meu primeiro espetáculo como diretor e nunca tinha dirigido antes e estou me apaixonando. De alguma forma é um recomeço, uma nova vertente dentro da profissão. Traz um frescor, uma sensação de novidade", conta.
 
Cenas de "Geração Brasil"
Cenas de "Geração Brasil"

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