Avenida Brasil

"Avenida Brasil" chega ao fim e ensina: cuidado, com os burros motivados

Roberto Shinyashiki

Do UOL, em São Paulo

  • TV Globo/Divulgação

    No penúltimo capítulo de "Avenida Brasil", Nina (Débora Falabella) tenta salvar Tufão (Murilo Benício), mas é pega pelos capangas de Santiago (Juca de Oliveira)

    No penúltimo capítulo de "Avenida Brasil", Nina (Débora Falabella) tenta salvar Tufão (Murilo Benício), mas é pega pelos capangas de Santiago (Juca de Oliveira)

O que mais me chamou a atenção em "Avenida Brasil foi a quantidade de burradas que alimentaram a trama.

A morte do Max (Marcelo Novaes) foi um exemplo de cena em que o número de bobagens  foi fenomenal.

Primeiro Max pega o revólver para ameaçar todo mundo só pelo impulso de vingança. Depois, quando Picolé (João Fernandes Nunes) avisa Nina (Débora Falabella), ela vai para o lixão sem avisar a polícia ou sequer pedir ajuda. Depois vão Jorginho (Cauã Reymond) e Tufão (Murilo Benício) --que ainda tem o bom senso de chamar Zenon (Mário Hermeto), que não tem o bom senso de pedir reforços policiais. Aí, para piorar a situação, Ivana (Letícia Isnard) e Muricy (Eliane Giardini) também vão para o local da encrenca.

Por que esse pessoal todo tem de ir até a cena da confusão? Somente para criar mais problemas!

Quer mais um erro grosseiro: Nina assumir para Jorginho o assassinato de Max. Ela sabe que foi atacada, desmaiou e na hora assume que matou Max para tentar resolver o problema sem perceber que a solução que ela esta criando aumenta mais as dificuldades.

No penúltimo capitulo, Nina, que se mostrou uma pessoa muito inteligente, vai para o local do cativeiro e fica quase que a disposição dos sequestradores para ser presa.

O que será que ela imagina ? Que desarmada vai enfrentar os bandidos? Porque pessoas inteligentes fazem bobagens desse tamanho?

A origem dessas burradas nasce da impulsividade sem pensar nas consequências da ação! Vontade de agir sem dar um tempo para analisar a qualidade das ações geralmente causam mais problemas.

Nas empresas, nós chamamos os profissionais que agem sem pensar de burros motivados.

Eu imagino que  a atendente de enfermagem que injetou sopa na veia da paciente é uma profissional de muita boa vontade, mas sem a habilidade de pensar antes de agir. Logo depois, outra injetou café com leite na veia de outra paciente. Vontade de mostrar serviço desacompanhada de reflexão. Vontade de participar sem análise geralmente  aumenta o tamanho dos  problemas.

Alguns de vocês podem dizer que as burradas fazem parte da  essência da novela. Sem erros não tem drama. Isso tem uma parte de verdade, mas espero que ver os erros grosseiros que os personagens da trama criaram mostre que precisamos pensar antes de agir impulsivamente.

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