Médicos tentaram reanimar ator de "Família Soprano" por 40 minutos

  • Vince Bucci/Getty Images

    James Gandolfini, morto aos 51 anos

    James Gandolfini, morto aos 51 anos

Por Piya Sinha-Roy e Antonio Denti

LOS ANGELES/ROMA, 20 Jun (Reuters) - Médicos italianos tentaram durante 40 minutos salvar a vida de James Gandolfini, o robusto ator conhecido pelo papel de mafioso no seriado de TV "Família Soprano", antes de pronunciá-lo morto na quarta-feira aos 51 anos de idade. Gandolfini, cuja interpretação como Tony Soprano fez dele um nome popular e inaugurou uma nova era de drama na televisão americana, estava de férias em Roma e deveria comparecer ao encerramento do Festival de Cinema Taormina, na Sicília, no sábado.

Michael, 13, filho do ator James Gandolfini, 51, teria encontrado o pai vivo no banheiro do hotel onde eles estavam hospedados em Roma, na Itália, e depois de vê-lo em perigo, supostamente logo depois do ataque cardíaco, o adolescente pediu ajuda. O ator foi levado de seu hotel até o hospital Umberto I, na capital italiana, de acordo com um porta-voz do hospital.

"As manobras de ressuscitação, incluindo massagem cardíaca etc., continuaram por 40 minutos, e então, vendo que não havia atividade elétrica do coração, elas foram interrompidas e nós declaramos James morto", disse o chefe do pronto-socorro, Claudio Modini, à Reuters. "O paciente chegou morto ao hospital e por essa razão foi pedida uma necropsia que será feita por um patologista, um procedimento normal em nosso país". A necropsia foi marcada para a manhã de sexta-feira.

Desde que "Família Soprano" terminou sua sexta temporada em junho de 2007, Gandolfini apareceu em vários papéis no cinema, inclusive em "A Hora Mais Escura", um filme sobre a caça a Bin Laden, e o drama "O Homem da Máfia". No momento de sua morte, ele trabalhava em uma série da HBO, "Criminal Justice", e tinha dois filmes para estrear no ano que vem.

A atriz Edie Falco, que fazia a esposa de Gandolfini, Carmela, em "Família Soprano", disse ter ficado devastada com sua morte. "Ele era um homem com uma intensidade e sensibilidade tremendas, com uma bondade e generosidade além das palavras. Considero ter tido muita sorte por ter sido sua colega durante 10 anos", disse em comunicado.

Gandolfini começou sua carreira como ator de teatro em Nova York e ganhou uma indicação para o Tony por seu papel na peça "Deus da Carnificina", que passou na Broadway em 2009.

Fãs lamentam morte do ator

GÂNGSTER ADORÁVEL

No seriado da HBO, Gandolfini criou um gângster diferente de qualquer outro visto na televisão ou no cinema norte-americano. Ele era capaz de matar inimigos com as próprias mãos, mas tendia a sofrer de ataques de pânico. Amava a esposa e era um pai devotado, mas tinha uma série de casos. Fazia terapia para lidar com seus problemas de ansiedade e questões com a mãe.

No início da última temporada da série, Gandolfini sugeriu que estava pronto para partir para papéis mais gentis quando seus dias de mafioso tivessem acabado. "Estou cansado demais para ser um cara durão ou fazer essas coisas", ele disse. "Nós usamos praticamente tudo o que havia neste programa".

O programa, que deu a Gandolfini três prêmios Emmy de melhor ator em uma série dramática, foi considerado por muitos críticos o melhor drama transmitido na televisão norte-americana. O criador de "Família Soprano", David Chase, disse que se lembraria dele como "um gênio" e "um dos maiores atores deste ou de qualquer tempo".

"Uma boa dose daquele gênio residia naqueles olhos tristes. Lembro-me de dizer a ele várias vezes, 'você não percebe. Você é como Mozart'. E haveria silêncio do outro lado da linha de telefone", disse Chase em comunicado. Gandolfini teve um filho, Michael, com sua primeira mulher, Marcy Wudarski, de quem se divorciou em 2002. Em 2008, ele se casou com a modelo Deborah Lin, que lhe deu uma filha, Liliana, em 2012.

(Reportagem adicional de Bill Trott, em Washington; de Alex Dobuzinskis e Lisa Richwine, em Los Angeles; e de Steve Scherer, em Roma)

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