A Regra do Jogo

Valesca e Mulher Filé são inspirações para funkeiras de "A Regra do Jogo"

Giselle de Almeida*

Do UOL, no Rio

  • Reprodução/Instagram/cazarre

    MC Merlô (Juliano Cazarré) e as merlozetes Alisson (Letícia Lima) e Ninfa (Roberta Rodrigues)

    MC Merlô (Juliano Cazarré) e as merlozetes Alisson (Letícia Lima) e Ninfa (Roberta Rodrigues)

Seja no brilho ou na sensualidade, o trio de funkeiros de "A Regra do Jogo", novela das 21h que estreia dia 31, adora ostentar. No Morro da Macaca, comunidade fictícia da trama de João Emanuel Carneiro, só dá eles: MC Merlô e suas merlozetes Ninfa e Alisson são sucesso absoluto na favela com seus hits dançantes. Para chegar nesse patamar, Juliano Cazarré, Roberta Rodrigues e Letícia Lima suam a camisa em ensaios de até quatro horas, por duas ou três vezes na semana, mesmo com as gravações a todo vapor. Mas o esforço vale a pena: em cima do palco, dá para se sentir a própria Beyoncé.

"Dá pra se sentir total! O cabelo tem esse poder, né? Aí tem essa roupa de vidro, toda espelhada, uma luz incrível... A Amora (Mautner, diretora de núcleo da novela) diz: 'Quero internacional'. Entro na pilha da loucura dela, embarco e me divirto", conta Roberta.

Valesca Popozuda e Mulher Filé não só serviram de inspiração para a personagem como "emprestaram" um de seus trunfos para a novela: a dançarina Danúbia Firmo, que faz as coreografias das funkeiras, é a responsável por ensaiar o elenco.

Renato Rocha Miranda/TV Globo
As duas dançarinas disputam o coração do funkeiro

"Observei muito a Filé, que é uma figura, uma mulher espalhafatosa, quem olha pensa que é vulgar pra caramba. Mas quando você conversa com ela vê que é uma menina maravilhosa. Usei isso pra Ninfa, que tem esse lado meio romântico, acredita que pode casar e ter filhos com o Merlô. Valesca também foi uma inspiração", conta a atriz.

Já Letícia faz o gênero mais comedida. "Eu não me sinto Beyoncé jamais! A Roberta eu acredito, olha pra ela! A Alisson acha que domina o Morro da Macaca, que canta bem, que dança bem. Ela acha que é muito sinistra. Então eu faço assim, só que tosco", brinca ela, que admite não ter tanta intimidade com esse universo, mas passou a ouvir mais o gênero musical por conta do trabalho.

"Nos ensaios, a gente não só aprendeu a dançar, mas também a definir o estilo que esse grupo ia ter, se era funk de quadradinho, de asfalto, funk melody... O nosso é só nosso", diz a atriz, que deixou o Porta dos Fundos em janeiro para se dedicar a outros projetos e está "nervosa e ansiosa" com a primeira novela.

Na trama, as dançarinas formam um complicado triângulo amoroso com MC Merlô, com as duas disputando o posto de primeira-dama. Alisson é, inclusive, comprometida com um bandido que cumpre pena atrás das grades. "Ele manda dinheiro para ela de dentro da cadeia. Ela é a mais rica do morro, vive toda emperequetada", conta. 

Reprodução/Instagram/cazarre
Juliano intensificou a musculação para dar vida ao MC

Para Juliano, sua relação com o funk também não é de intimidade, mas de respeito. "Não sou de comunidade. O funk não é uma música que toca no meu carro, na minha casa, mas quando estou numa festa, numa boate eu gosto de dançar. Acho um ritmo gostoso. São identidades culturais do Rio e estou tentando retratar da maneira mais carinhosa e fidedigna possível. Quero que essa galera veja no Merlô um representante e diga 'Esse cara entendeu o nosso mundo'", afirma o ator, que visito várias comunidades, frequentou bailes e fez aulas de canto.

"Eu me lembro que o funk tocava muito em Brasília quando eu tinha 13, 14 anos. Eu dançava até o chão na adolescência e estou resgatando agora", diz ele, que intensificou a musculação para viver o cantor, que gosta de desfilar pelo morro com o corpo à mostra.

* Colaborou Ana Cora Lima

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos