Presidente da associação de TV por assinatura diz que internet não é ameaça para o setor

Do UOL, em São Paulo

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    Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA)

    Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA)

Depois do telégrafo, do fax, do telefone, do rádio, da televisão e até mesmo da internet, agora o público e as empresas de comunicações tentam entender o fenômeno da TV pela internet. Atualmente o maior representante mundial é a Netflix, que disponibiliza filmes e séries pela internet.

Apesar do crescimento da companhia no mundo e no Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), acredita que a mídia tecnológica não representa uma ameaça para o setor de assinaturas. "Vemos a TV pela internet como um complemento, algo positivo. No Brasil, só representa 30%. Tem espaço para todo mundo", afirmou Oscar Simões sobre o mercado, durante apresentação para imprensa da 21° feira e Congresso das TVs por assinaturas, na última terça-feira (30).

Em 2012, seu primeiro ano na América Latina, a Netflix atingiu a marca de um milhão de usuários, segundo Reed Hastings, executivo-chefe da companhia.  Tendo o Brasil e o México na liderança em números de assinantes. Hoje a empresa, criado em 1997, possui cerca de 36 milhões de assinantes no mundo e está presente em 40 países.

Enquanto a Netflix cobra R$ 16,90 mensais a seus assinantes, a Net, maior representante da TV a cabo, possui pacotes a partir de R$ 29,80.

Esse ano, os programas da Netflix tiveram 14 indicações ao Emmy,o Oscar da televisão, incluindo melhor drama, melhor ator e atriz para o thriller político "House of Cards".  É a primeira vez que a premiação terá a presença de séries online em grandes categorias de premiação.

Apesar do crescimento de 30% de assinantes de TV pela internet, presidente da ABTA diz não se preocupar com a concorrência

Oscar Simões vê o boom da TV na internet ainda como algo recente e suscetível de debates. "É algo novo, que está sendo discutido, está aberto, não temos um mercado maduro".

O presidente da Converge Comunicações, Rubens Glasberg, vê a TV a cabo como parte integrante da internet e acredita em mudanças. "Fazemos parte desse mundo de Facebook, Google. É um setor que tem que se renovar", afirmou.

De acordo com dados da Anatel de maio de 2013, 17 milhões de domicílios têm TV por assinatura, ou seja, aproximadamente 55 milhões de telespectadores.

Debates

Entre os dias 6,7,8 de agosto acontece em São Paulo a 21° feira e Congresso das TVs por assinaturas, mídia eletrônica e telecomunicações da América Latina e tem como objetivo mostrar todos os problemas que afetam o setor, conforme explicou Simões. A ministra da Cultura, Marta Suplicy participará da abertura do evento.

O principal objetivo é ampliar o debate com o legislativo e os órgãos responsáveis para que haja igualdade competitiva. "Não tem como concorrer com alguém que não paga os impostos do governo brasileiro e tem o mesmo produto que o meu", afirmou  Simões, em relação as televisões estrangeiras e online.

A expectativa do setor de TVs por assinaturas para 2013 é arrecadar R$ 28 bilhões, 26% a mais que no último ano. "Esperamos ter mais dois milhões de assinantes, o que deve somar 18 milhões de espectadores. Isso para gente é muito bom, é mais que o PIB (Produto Interno Bruto) nacional", afirmou o presidente da ABTA. 

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