Primeira produção própria do site Netflix, a série "House of Cards" é um pesado investimento do serviço de streaming para popularizar o hábito de consumir entretenimento na internet e angariar mais espectadores para a modalidade.

Diferente de produções online já exibidas, "House of Cards" não tem baixo orçamento. Estima-se, que o Netflix tenha pagado em torno de U$ 100 milhões por duas temporadas.

Os realizadores da atração esperam que quando a estreia mundial acontecer, no dia 1º de fevereiro, a transição da TV vista na televisão para a TV assistida pela internet, processo já iniciado por sites de compartilhamento de vídeos como YouTube, Hulu e Yahoo, ocorra definitivamente.

"Nós somos a nova televisão que não está na televisão", diz o ator Kevin Spacey, que protagoniza a atração.

Na trama, um remake de uma minissérie da BBC exibida nos anos 90, Spacey é Francis Underwood, líder majoritário da câmara dos deputados americana. Junto com sua esposa Claire, ele se envolve em uma trama de violência e corrupção para conseguir o que quer.

Os responsáveis por "House of Cards" dizem que a série está impregnada de um espírito de experimentação. A começar pelo diretor David Fincher ("Clube da Luta" e "A Rede Social"), que faz na série seu debute na televisão.

"Entro nisso como um neófito total, já que eu não assisto muita TV", diz Fincher, que dirigiu os dois primeiros episódios e supervisionou toda a série. "O que foi interessante para mim foi a noção de ter um relacionamento com um público que dura mais do que duas horas", afirmou.

Por conta dessa ideia, o Netflix vai disponibilizar os 13 episódios de "House of Cards" de uma só vez .A ideia é fazer com o que o espectador veja a série em forma de maratona, o que já se mostrou um hábito dos clientes do site.

Um levantamento da consultoria Nielsen apontou que quando a segunda temporada de "The Walking Dead" estreou no site no ano passado, cerca de 200.00 pessoas assistiram todos os episódios de uma vez só em menos de 24 horas.