"O depoimento foi a melhor maneira de dar tchau", diz Mauro Beting sobre a morte do pai
Amanda Serra e Mariane Zendron
Do UOL, em São Paulo
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Gilson Silveira/Bandsports/Divulgação
Joelmir Beting e Mauro Beting, pai e filho, posam juntos durante gravação do piloto "Beting & Beting", em maio de 2004
Mauro Beting conversou com jornalistas na entrada do Cemitério do Morumbi, na zona sul da capital paulista, onde o jornalista Joelmir Beting, de 75 anos, está sendo velado. Mauro comentou a carta que leu ao vivo Rádio Bandeirantes, na madrugada desta quinta-feira (28), ao saber da morte do pai, que sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico no domingo, considerado "irreversível".
"Dar o depoimento foi a melhor maneira de dar tchau. Era o momento de usar o microfone, como ele sempre usou nesses exatos 60 anos de jornalismo. O legado que ele deixa é o amor. Ensinou que é preciso ter amor a tudo o que faz". Na carta, Mauro disse que Joelmir "foi o melhor jornalista que um filho pode ter como pai".
Alguns jogadores do Palmeiras colocaram um manto do time em cima do caixão de Beting. O corpo será velado até às 14h, quando a sala do cemitério será fechada para um ato religioso apenas com a presença dos familiares, e às 16h o corpo será levado ao crematório do Cemitério Horto da Paz.
O jornalista de 75 anos estava internado desde 22 de outubro por causa de complicações renais, resultantes de uma doença autoimune. O quadro se agravou após o acidente vascular hemorrágico, que o deixou em coma e respirando com ajuda de aparelhos.
Em texto publicado no blog do diário Lance!, Mauro homenageou o pai, dizendo ter tomado conhecimento da notícia à 1h15. "A ausência dele não tem nome. Como jamais saberei escrever o que ele é", relatou o filho. Ele estava trabalhando na Rádio Bandeirantes quando recebeu a notícia e a veiculou ao vivo.
“Eu acho que eu aprendi com ele a ter prazer por trabalhar e trabalhar sempre”, falou Mauro. “Alguém tinha que dar essa notícia e eu achei que devia ser eu”. Mauro e Erich Beting, sobrinho do jornalista, agradeceu pelas mensagens de apoio no Twitter.
Desde que retornou à Bandeirantes, em março de 2004, Joelmir participava diariamente do "Jornal da Band" e do "Primeiro Jornal". Foi âncora do "Canal Livre", apresentado aos domingos, e fez comentários diários no canal BandNews, além dos programas "Jornal Gente" e "Três Tempos", na Rádio Bandeirantes. Na TV, também trabalhou na Gazeta, Record e Globo --nesta última, de agosto de 1985 até julho de 2003--, passando pelo "Espaço Aberto", na Globo News.