"Ele foi o melhor jornalista que um filho pode ter como pai", diz filho sobre morte de Joelmir Beting

Amanda Serra, Guilherme Solari e Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

Jornalista, comentarista de economia e política do Grupo Bandeirantes, Joelmir Beting morreu na madrugada desta quinta-feira (29) à 0h55 em São Paulo. Ele sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico no domingo, considerado "irreversível". A notícia da morte do jornalista comoveu artistas e colegas de profissão. "Ele foi o melhor jornalista que um filho pode ter como pai", lamentou seu filho Mauro Beting, que recebeu a notícia quando trabalhava na Rádio Bandeirantes e a veiculou ao vivo. Ouça à homenagem abaixo.

Alguns jogadores do Palmeiras colocaram um manto do time em cima do caixão de Beting durante o velório, que aconteceu das 8h às 14h. O corpo foi cremado no Cemitério Horto da Paz. O jornalista de 75 anos estava internado desde 22 de outubro por causa de complicações renais, resultantes de uma doença autoimune. O quadro se agravou após o acidente vascular hemorrágico, que o deixou em coma e respirando com ajuda de aparelhos.

Leia abaixo a repercussão entre jornalistas e outras personalidades:

O jornalista Joelmir Beting foi um mestre em uma das missões primordiais do jornalismo: a de explicar as notícias mais complexas de uma forma simples, nunca simplória. Beting aliava um conhecimento profundo da economia brasileira com uma comunicação didática. Usava comparações de uso corrente para fazer com que todo brasileiro pudesse compreender e formar sua própria opinião sobre os fatos. Como colunista de jornais, na TV e rádios, Beting abriu caminhos para um jornalismo econômico sob o ponto de vista do cidadão, não de autoridades, nem de corporações. Suas lições merecem ser seguidas. Neste momento de pesar, solidarizo-me com os familiares e amigos deste grande jornalista.
Dilma Rousseff, em nota oficial

Fui colega dele na Band e toda vez que entrava na redação tinha uma frase interessantíssima para dizer. Ele sempre dava um enfoque genial para as coisas. Sempre tinha a frase que todo jornalista quer ter na ponta da língua. Ele era o rei da metáfora e se servia muito bem dela para fazer os outros entenderem o que estava querendo dizer. Um verdadeiro gênio. Também tenho contato com os familiares dele. Joelmir tinha a família mais feliz que eu já vi na vida. Era palmeirense tão doente que tinha uma fazenda chamada Palestra. Dizia que o nome vinha do Palmeiras e também das inúmeras palestras que dava. Eu estava no ar quando fiquei sabendo e foi dificílimo continuar. Era um cara maravilhoso, adorável.
Bárbara Gância, jornalista, por telefone

Tentei fazer uma homenagem para ele, mas me faltaram palavras. Trabalhamos juntos na "Folha de S. Paulo". Ele era um ser incrível, muito bem humorado, não havia quem não gostasse dele. Brincávamos muito porque, além de tudo, torcíamos para o Palmeiras e sempre fazíamos piadas, inclusive sobre a má fase do time. Ele tinha um humor muito inteligente. Quando o Joelmir chegava, a redação se iluminava e não estou falando isso só porque ele morreu, não. É uma pessoa que, sem dúvida, vai deixar muita saudade.
Boris Casoy, jornalista, no "Jornal da Noite"

Ele foi um maridão. Nós iríamos completar 50 anos de casados no dia 14 de abril. Quer dizer, vamos completar. Ele foi só um pouquinho antes. A gente comemora aqui e ele comemora no céu. Meu coração está em paz. Ele estava esperando se recuperar para voltar a trabalhar imediatamente.
Lucila Beting, mulher de Joelmir, no Cemitério do Morumbi

Joelmir foi um cara que viveu intensamente. Só deixa coisas boas. Na vida particular, ele era muito melhor que o brilhante jornalista. Sempre tinha uma palavra amigam uma brincadeira para fazer. Nunca o vi deixar ninguém para baixo. O homem que ele era sempre superou a obra. Ele vai deixar uma lacuna imensa no jornalismo brasileiro. Ninguém vai conseguir ocupar o lugar dele.
José Luiz Datena, apresentador, no Cemitério do Morumbi

O Joelmir foi uma inspiração para todos os jornalistas da minha geração que fizeram TV. Sempre foi um exemplo a ser seguido. Era uma pessoa calma, que ajudou a entender como funcionava a televisão. Ele era um jornalista apartidário, imparcial e a única paixão que ele se permitia era o Palmeiras. Ele sempre me tratou com carinho e estou muito triste que eu não o visitei no hospital. Não queria acreditar que o quadro dele era irreversível, queria tê-lo  visitado em sua casa.
Carlos Nascimento, jornalista, no Cemitério do Morumbi

Ele vai deixar muitas saudades. Era um amigo, um conselheiro. Tive o privilégio de conviver muito com ele. Ele quebra a regra de que ninguém é insubstituível. Era uma pessoa com muitas qualidades, um bom comentarista, economista e jornalista . Vai ser difícil juntar tudo isso em uma só pessoa. Geralmente a gente é bom em uma ou outra coisa, ele conseguiu juntar tudo. Vai ser difícil substituí-lo.
João Carlos Saad, presidente do grupo Bandeirantes

Nós convivemos por sete anos. Ele sempre foi um pai e um avô presente. Era inovador, criativo, uma figura cativa. Nunca o ouvi perder a paciência e o bom humor. O Jo era um contador de histórias. Ele inventava mentiras verdadeiras, de tão bom que era. Acompanhar uma gravação com ele era com um recreio e é essa pessoa humana que vai fazer falta. Ele deixa uma lacuna no jornalismo, mas o que vai fazer falta mesmo é o humano.
Ricardo Boechat, jornalista, no Cemitério do Morumbi

Uma honra imensa ter sido, um dia, colega de redação de um sujeito talentoso, divertido, decente e querido como o jornalista. Joelmir Beting por décadas alertava para o Brasil dar certo. Inteligente, irônico e simples. Deixou um legado a ser honrado.
William Bonner, jornalista, pelo Twitter

Meu afeto à querida família Beting. Tipo raro no jornalismo, Joelmir encantava plateias com inteligência, humor e ironia
Marcelo Tas, jornalista, pelo Twitter

Foi um privilégio trabalhar com o Joelmir. Foram quase cinco anos na bancada. Ele me ensinou não só profissionalmente como também me acolheu. Ele me respeitava, me tratava como profissional. Era a minha referência profissional. Vai fazer muita falta para o jornalismo, para a economia e como ser humano. Era um homem de caráter. Vai ser muito difícil tocar o jornal sem ele. Apesar de ele estar afastado por três meses, ontem foi o último dia dele. Vou sentir muita falta.
Ticiana Villas Boas, jornalista, no Cemitério do Morumbi

O Joelmir sempre foi uma pessoa muito importante. Minha primeira chamada para um jornal foi para ele, em 1984. Ele fazia o jornal de uma forma divertida. Vai fazer muita falta.
Otávio Mesquita, apresentador, no Cemitério do Morumbi

O Joelmir tinha uma característica bárbara, traduzir o 'economês' para a economia popular, com uma pitada inteligente e uma ironia fina. Um dos termos que mais me marcou foi "na prática a teoria é outra". Foram 40 anos de amizade e ele foi mais que um amigo, Foi um professor. Tinha uma rara inteligência para concentrar em poucas palavras uma página inteira. Era um homem bom, de bom coração, com um belíssimo caráter.
Paulo Maluf, político, no Cemitério do Morumbi

O Joelmir foi um gênio. O Brasil hoje fica menos inteligente do que era. Aprendi muito com ele. Em termos de comunicação, ele era imbatível
Delfim Neto, político, no Cemitério do Morumbi

Tive a grande alegria de trazer o Joelmir de volta para a Band, um grande momento da minha vida e da dele. Tinha a sensação de que a Band era a casa dele. Ele era um cara simples, com bom humor, prestava atenção em tudo. O Joelmir mostrou que é possível tratar de assuntos profundos e ser entendido por uma grande parcela da população .
Marcelo Parada, diretor de jornalismo do SBT, no Cemitério do Morumbi

Tive o privilégio de conviver com Joelmir na mesma redação quando eu era jornalista da Band FM e ele na rádio AM e TV. Fica em paz.
Serginho Groismman, apresentador, pelo Twitter

Joelmir Betting...obrigada por tantas vezes ter me ajudado a entender o economês. RIP
Astrid Fontenelle, jornalista, pelo Twitter

Ele foi o precursor do jornalismo econômico no Brasil. Ele conseguiu traduzir a economia para o entendimento de todos. A partir dele, surgiram outros tantos, mas o lugar dele nunca será ocupado.
Flavio Ricco, colunista do UOL, por telefone

Deixo meu carinho a família do jornalista Joelmir Beting.
Luciano Huck, apresentador, pelo Twitter

Joelmir tem uma importância fundamental para o jornalismo brasileiro. Foi um dos primeiros jornalistas econômicos do país. Ele abriu portas para muita gente nessa área. Sempre o acompanhei como ouvinte.
José Silverio, jornalista, por telefone

O jornalismo brasileiro fica mais chato e desinteressante sem o gênio Joelmir Beting. Obrigado pelos serviços prestados.
Pablo Miyazawa, jornalista, pelo Twitter

Perdemos o cara das metáforas criativas, charme, capacidade de traduzir o linguajar segregacionista do economês em idioma popular..Joelmir...
Roberto Cabrini, jornalista, pelo Twitter

O jornalismo brasileiro perde um jornalista de placa
Gloria Perez, dramaturga, pelo Twitter

Morre Joelmir Beting, o “mago” do jornalismo brasileiro.
Milton Neves, jornalista, pelo Twitter

Em economia, é fácil explicar o passado. Mais fácil ainda é predizer o futuro. Difícil é entender o presente." Joelmir Beting in memoriam
Gilberto Gil, músico, pelo Twitter

Que dia triste com a partida de Joelmir Beting.
Andre Barcinski, jornalista, pelo Twitter

Vai fazer falta enorme! Grande profissional!
Leda Nagle‏, jornalista, pelo Twitter

Pena que nem todos que o admiravam puderam conhecer a pessoa do Joelmir. Muito trabalhador, honesto, tímido e, acreditem, muito engraçado.
César Filho, jornalista, pelo Twitter

Joelmir Beting: um dos cérebros mais brilhantes que conheci! Culto, humor certo, carismático e grande colega! Cumpriu sua missão com louvor!
Renata Fan, jornalista, pelo Twitter

Luto. Por quem tanto me ensinou e me fez sorrir. Que os anjos de Deus te guiem... É com pesar e dor q me despeço.
Nadja Haddad‏, jornalista, pelo Twitter

Impossível segurar as lágrimas. Força, amigo.
Everaldo Marques‏, jornalista, pelo Twitter

Um dos mestres do jornalismo. Tinha uma facilidade incrível para se comunicar com o público e explicar algo tão complexo como a economia, com uma linguagem fácil de entender, sobre um assunto que interessa a todos. Uma perda irreparável. Fico triste pelo meu parceiro Mauro Beting.
Leandro Quesada, blogueiro do UOL e repórter da Rádio Bandeirantes

Queridos amigos que estão mandando mensagens tão lindas e respeitosas, um muito obrigado em nome de toda a família.
Erich Beting, jornalista blogueiro do UOL e sobrinho de Joelmir Beting, pelo Twitter

Tive a honra de, iniciante neste ofício, dividir a tela com Joelmir. Ao Mauro Beting, ao Erich Beting e família, meus sinceros sentimentos.
Leonardo Bertozzi, jornalista da ESPN, pelo Twitter

O dia começou triste com a notícia do falecimento do Joelmir Beting. Oremos.
Patricia Maldonado, jornalista, pelo Twitter

Peço a toda torcida do Palmeiras que se una em fuerza de orações para Deus confortar lá família de Joelmir Beting
Hernán Barcos, jogador do Palmeiras, pelo Twitter
 
Lágrimas por Joelmir Beting, que morreu nesta madrugada, aos 75 anos
Milton Jung, jornalista da rádio CBN, pelo Twitter
 
Joelmir Beting tirou o jornalismo econômico da linguagem difícil de entender. Foi pioneiro. Mostrou o caminho de escrever e falar claro.
Miriam Leitão, jornalista, pelo Twitter
 
Faleceu uma das pessoas mais importantes da televisão brasileira! Joelmir Beting! Que Deus te cuide no céu Joelmir!
Roberto Carlos, jogador de futebol, pelo Twitter

Triste com a morte de Joelmir Beting. Os grandes vão e a gente, que está ali pelos 30 e 40, ainda tinha tanto pra aprender com eles...
, jornalista, pelo Twitter

"Jornal da Noite" relembra a carreira de Joelmir Beting

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