"Joelmir Beting traduziu o 'economês' para a vida cotidiana", diz governador Geraldo Alckmin
Amanda Serra e Mariane Zendron
Do UOL, em São Paulo
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Reprodução
Nascido em Tambaú, interior de São Paulo, em 21 de dezembro de 1936, Joelmir Beting é um dos principais nomes da imprensa do Brasil. Conhecido do público, o jornalista já passou pelos principais veículos de comunicações brasileiros como Folha, Estadão, Globo e Bandeirantes. Na imagem, ele posa na bancada do "Jornal da Band".
O governador de São Paulo Geraldo Alckimin esteve no Cemitério do Morumbi, nesta quinta-feira (29), para o velório do jornalista Joelmir Beting, que morreu nesta madrugada. O paulista de 75 anos sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico no domingo, considerado "irreversível".
"É com muita tristeza e carinho que viemos prestar homenagem à familia de Joelmir Beting. Nós éramos devotos do mesmo padre em Tambaú (cidade natal de Joelmir, no interior de São Paulo). O Joelmir contava que era gago e que foi o padre que o incentivou a vir para São Paulo, estudar Sociologia", disse ele, a jornalistas.
"Tinha capacidade singular, primeiro pelo bom humor. O bom humor é uma das melhores provas de inteligência. Ele era uma pessoa bem humorada, de bordões inteligientes. Ele traduziu o economês para a vida cotidiana. Também fez uma grande contribuição para o jornalismo, economia e comunicação, a vida nacional. Era uma pessoa muito afável. Tem nosso carinho, nossos sentimentos". Antes de falar com o jornalistas, Alckmin conversou com os filhos de Joelmir, Gianfranco e Mauro, durante o velório.
O velório aconteceu das 8h às 14h, quando a sala do cemitério foi fechada para um ato religioso apenas com a presença dos familiares. O corpo foi cremado no Cemitério Horto da Paz.
Beting estava internado desde 22 de outubro por causa de complicações renais, resultantes de uma doença autoimune. O quadro se agravou após o acidente vascular hemorrágico, que o deixou em coma e respirando com ajuda de aparelhos.
Em texto publicado no blog do diário Lance!, Mauro homenageou o pai, dizendo ter tomado conhecimento da notícia à 1h15. "A ausência dele não tem nome. Como jamais saberei escrever o que ele é", relatou o filho. Ele estava trabalhando na Rádio Bandeirantes quando recebeu a notícia e a veiculou ao vivo.
“Eu acho que eu aprendi com ele a ter prazer por trabalhar e trabalhar sempre”, falou Mauro. “Alguém tinha que dar essa notícia e eu achei que devia ser eu”. Mauro e Erich Beting, sobrinho do jornalista, agradeceu pelas mensagens de apoio no Twitter.
Desde que retornou à Bandeirantes, em março de 2004, Joelmir participava diariamente do "Jornal da Band" e do "Primeiro Jornal". Foi âncora do "Canal Livre", apresentado aos domingos, e fez comentários diários no canal BandNews, além dos programas "Jornal Gente" e "Três Tempos", na Rádio Bandeirantes. Na TV, também trabalhou na Gazeta, Record e Globo --nesta última, de agosto de 1985 até julho de 2003--, passando pelo "Espaço Aberto", na Globo News.