Jonh Hamm espera que Don Draper "finalmente tenha paz" no fim de "Mad Men"

De Los Angeles

A série "Mad Men" se despede no próximo domingo (15)  após oito anos de um sucesso que a transformou num dos seriados que marcaram a história da televisão. Mas todos os olhares estão voltados para Don Draper: qual será o destino do protagonista?

O criador do programa, Matthew Weiner, cativou os telespectadores contando a história de uma agência de publicidade na Nova York dos anos 1960, que ao mesmo tempo foi reflexo da sociedade da época.

Seus complexos personagens, sua estética, sua fotografia particular e o ritmo lento da narração lhe renderam quatro Globos de Ouro e 15 prêmios Emmy.

A série também triunfou ao colocar o dedo na ferida com temas como o sexismo e o racismo, dois problemas que os Estados Unidos seguem enfrentando.

Peggy Olsen (Elisabeth Moss) e Joan Harris (Christina Hendrix) são as principais personagens que encarnaram a luta da mulher para abrir novos caminhos no mundo do trabalho e ser valorizada por seus companheiros.

"Mad Men" entrará para a história porque "poucas vezes vimos uma mistura tão perfeita de personagens, temas e épocas", explica à AFP o analista Paul Dergarabedian, da consultoria em redação cinematográfica Rentrak.

Seu ponto forte é levantar "continuamente dilemas éticos", afirma Tom Nunan, professor do Instituto de Teatro, Cinema e Televisão da UCLA.

A série estreou nos Estados Unidos em 19 de junho de 2007, um mês depois que "A Família Soprano", outro mito da televisão, se despediu dos fãs.

"Mad Men" arrebanhou uma fiel audiência desde o início e marcou o começo de uma nova era para o canal a cabo AMC, que depois viria exibir os sucessos "Breaking Bad" (2008-2013) e "The Walking Dead" (estreada em 2010).

Foi o começo também da aposta dos canais na qualidade das tramas que revolucionou o panorama televisivo, impulsionado pela do Netflix.

Como agradar o público?

O fim de uma série é sempre complicado. Por um lado, os fãs não podem se sentir órfãos, enquanto, por outro, o desfecho deve atender às expectativas - já que é o que ficará. Além, é claro, dos milhares de cigarros e centenas de garrafas de uísque esvaziadas pelos protagonistas.

Nos últimos capítulos, Don Draper - interpretado pelo ator Jon Hamm - aparenta ser o atraente e sedutor publicitário de sempre, que levou a agência Sterling-Cooper ao topo, mas que no fundo está mais só do que nunca.

Divorciado da segunda esposa, Megan, com quem viveu uma espécie de renascimento, e afastado da agência, Don embarcou numa "roadtrip" na qual parece querer reencontrar suas origens.

Ao longo da série, ele fugiu de sua verdadeira identidade e tudo o que se sabe é que ele é filho de uma prostituta.

Os escritores não têm dado pistas sobre o que pode ser o final, sobre o qual Weiner não vive qualquer tipo de pressão.

"Não sinto que devo nada a ninguém", afirmou Weiner na quinta-feira ao The New York Times. "Fizemos esforços diligentes para surpreender e agradar (fãs) e operar as máquinas de contar essa história".

Hamm apenas disse que espera que seu personagem "finalmente tenha paz".

Pelas redes sociais circulam todos os tipos de hipóteses. A morte é uma das que soa mais alto. Caso os escritores finalmente escolham esta opção, Don Draper terá o mesmo destino de outros dois grandes: Tony Soprano e Walter White ("Breaking Bad").

Tudo é possível no episódio 92, intitulado "Person to Person" (De pessoa a pessoa, em português).

 

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