"Não pretendo ficar feio para deixar de ser galã", diz Thiago Lacerda
Do UOL, no Rio
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Alex Palarea/AgNews
Thiago Lacerda posa em frente a sua foto na festa de lançamento do programa do Canal Viva "Grandes Atores"
Aos 37 anos, o ator Thiago Lacerda afirma que não se preocupa com o rótulo de galã, que ganhou desde que começou na TV, em 1997. O ator diz que nunca se dispôs a lutar contra isso.
"Não preciso desmitificar esse rótulo. As pessoas associam também muito ao fato da beleza, não sei até que ponto o rótulo significa isso, ou se isso faz parte dele. Não pretendo ficar feio para deixar de ser galã. Também não penso em ser mais bonito para ser mais galã. Não afeta o meu comportamento diante do meu trabalho", resume ele em entrevista ao programa "Grandes Atores", que vai ao ar no canal Viva neste sábado (13) às 18h30.
O ator, que tem 18 anos de carreira, elegeu o protagonista Matteo, de "Terra Nostra" (1999), de Benedito Ruy Barbosa, como um dos maiores destaques de sua trajetória na dramaturgia.
"Lembro que estava gravando 'Pecado Capital' (1998) quando chegou um boato de que a Globo ia fazer a novela do século", recorda.
O ator contou que procurou pela produção da novela e se candidatou ao elenco. Ao fazer o teste, teve a certeza de que estava dentro do projeto: "A reação do Jayme Monjardim foi de 'achei alguém!'. Ele estava procurando há algum tempo.". Quando o diretor questionou se o ator falava italiano, Thiago não titubeou: "Não, mas aprendo que é uma maravilha!", conta, rindo.
Na entrevista, o ator narra com orgulho a experiência na minissérie "Hilda Furacão" (1998) e as lembranças da época em que pode conviver com o veterano Mario Lago, que fazia parte do elenco.
"Pegava carona na van para voltar conversando com ele. Tive a chance de trabalhar com figuras inesquecíveis que me ensinaram muito sem saber. Como não tive escola, um processo acadêmico, descobri que meu único caminho, minha salvação, era observar esses caras. Chegava horas antes do meu horário no estúdio", conta.
Thiago Lacerda disse ainda que entrou para a carreira artística por acaso, ao optar po um curso de interpretação para aprender a perder a timidez e ter possibilidade de virar gerente de banco.
Reservado em sua vida pessoal, ele acha fundamental separar família e trabalho. "Nunca permiti que eles entrassem completamente na intimidade da minha carreira. Trago eles, mas tem um limite que eu não permito. Nem que eu queira, acho que nunca aprendi a deixar. Sempre participaram, mas nunca trouxe para dentro das grandes questões e decisões. O destino da minha carreira pertence a mim. Sempre direcionei as minhas coisas de um modo quase que solitário. E acho que blindei um pouquinho minha profissão em relação à família., explicou.