Jean Pierre Noher diz que intimidade com atores de "O Rebu" é privilégio
Mariane Zendron
Do UOL, em Gramado (RS)
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Cleiton Thiele/PressPhoto/Divulgação
Os atores Jean Pierre Noher e Michel Noher: pai e filho no Festival de Gramado
Nascido na França e criado na Argentina, o ator Jean Pierre Noher tem dupla cidadania, mas gostaria de acrescentar uma terceira se fosse possível, a brasileira, pela quantidade de trabalhos que faz no país.
Depois de papéis em "A Favorita", "Avenida Brasil" e "Flor do Caribe", ele agora vive o chef Pierre em "O Rebu". Homenageado no Festival Gramado pelo conjunto da obra e por proporcionar essa integração Brasil-Argentina, o ator afirmou que as portas do Brasil foram abertas graças ao evento da serra gaúcha.
Em 2001, o ator ganhou uma menção especial durante o festival por sua atuação no filme "Um Amor de Borges", de Javier Torre. "Na época não havia troféu para ator estrangeiro, então tive que comprar um Kikito de chocolate para minha mãe acreditar", brincou o ator diante de uma plateia de jornalistas.
Mesmo já tendo trabalhado com grandes nomes da TV e do cinema, como Gael García Bernal e Walter Salles, ele disse que é um privilégio ver seu nome ao lado de Patrícia Pillar, Tony Ramos, Vera Holtz, Marcos Palmeira e Cassia Kiss, seus colegas em "O Rebu". "Com essa coisa de internet, temos um grupo no Whatsapp. Imagina o privilégio? Outro dia a Vera Holtz me pediu um contato de um dentista na Argentina. Eu fiquei todo feliz de poder indicar alguém para ela. É muito bom ter essa intimidade com gente tão talentosa", confidenciou o ator, divertindo a plateia.
O ator recebeu a homenagem do festival acompanhado do filho, Michel Noher, que também está no elenco de "O Rebu". "Meu pai é um grande ator e que eu sempre posso consultar. Ele sempre me atende, coisa que nem sempre acontece com grandes atores", disse Michel, com o mesmo bom humor do pai.
Ao UOL, Jean Pierre deu seu palpite sobre o mistério do assassinato de Bruno Ferraz (Daniel Oliveira). "Até ontem eu achava que era a Duda (Sophie Carlotte), mas a coisa muda a cada capítulo, eu não sei mais", afirmou. Sobre seu personagem, ele disse apenas que "ainda vai viver uma coisa muito forte. E isso que estou dizendo já é o bastante".
O ator também respondeu sobre as desvantagens de ser um ator estrangeiro em solo brasileiro. Aos 58 anos e com mais de 30 de carreira, ele normalmente é escalado para fazer homens sofisticados. "Gosto dessa coisa camaleônica do nosso trabalho. Normalmente me dão mesmo papéis com essa sofisticação e eu não recuso. Mas tem aí um preconceito, uma ideia, você aproveita e sofre com isso", afirmou.