Marcos Veras diz que viveu triângulo amoroso como Norberto: "Perdi o amigo"
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
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André Durão/UOL
Marcos Veras sentiu o assédio aumentar depois de sua primeira novela
De um lado, o melhor amigo. Do outro, uma paixão. É possível sair-se bem de um triângulo amoroso? Na ficção, tudo é possível, garante Marcos Veras, que interpreta o chef Norberto de "Babilônia", mas na vida real a situação é bem mais desconfortável. Na adolescência, o ator já passou pelo mesmo dilema do personagem e garante: não vale a pena.
"Perdi o amigo. Depois de um tempo voltamos a nos falar, e ela não sei onde está. Foi coisa de moleque, tinha 14 ou 15 anos. Hoje, com 35, não faria. Nem estaria aberto pra isso, nem compraria essa briga. Foi conturbado", lembra o ator.
Assim como a colega Juliana Alves, o intérprete acredita num desfecho a três com a personagem dela, Valeska, e Clóvis (Igor Angelkorte), mas deseja mesmo é o final feliz dos dois inseparáveis amigos. "O grande problema é o Clóvis e o Norberto se separarem. Torço pelo meu personagem, claro, mas quero que o Clóvis fique, nem que seja olhando, de voyeur, ou encontre um novo amor", diz.
O fato de o cozinheiro ser tímido, "quase virgem", ganha o coração das mulheres. Não é à toa que, toda vez que vai ao shopping ou a um restaurante, Veras ouve um "Quero um Norberto pra mim", entre um desaforo contra "o amigo da onça" e estímulos de coragem para uma declaração definitiva para Valeska. Acostumado ao carinho do público graças a seus personagens humorísticos no "Zorra Total" ou no teatro ou às entrevistas no "Encontro com Fátima Bernardes", ele diz que o assédio de sua primeira novela é ainda maior.
"Tinha gente que me conhecia do 'Encontro' e não sabia que eu era ator. Muita gente que não assiste TV vê novela das oito, e é quase uma seleção brasileira, todo mundo dá palpite e se envolve com a história", conta.
Depois da declaração de Gilberto Braga de que o núcleo de Norberto era uma de suas apostas em "Babilônia", a responsabilidade aumentou, admite. "Mas é gostoso também. Que bom, manda bola que a gente mata no peito e está pronto para o que for solicitado. O João Ximenes Braga e o Ricardo Linhares já tinham falado isso, já existia uma expectativa. Espero que a gente esteja correspondendo", torce.
Veras diz que os números de audiência não interferem no dia a dia do elenco e que as alterações e reedições que a novela sofreu para recuperar ibope não influenciaram no seu ritmo de trabalho. "Quando uma novela repercute, faz polêmica, a gente sente que está mudando alguma coisa. O beijo entre a Fernanda Montenegro e a Nathalia Timberg foi lindo. Duas divas do teatro que meteram o pé na porta. É um avanço, 'Babilônia' vai ficar lembrada pela ousadia", aposta.
Enquanto se desdobra na jornada dupla - novela de três a quatro vezes por semana, muitas vezes aos sábados, além de três "Encontros" semanais -, Veras deu um tempo do teatro e do Porta dos Fundos, este último por questões contratuais. O espetáculo "Falando a Veras" volta aos palcos em setembro no Rio; já a parceria com os amigos do grupo pode ser retomada em breve no primeiro longa-metragem do coletivo, dependendo das agendas dos envolvidos.
Apresentador do "Tudo a Veras" na rádio Nativa, o ator ainda tem planos de ter, por que não?, um programa próprio também na televisão. "Sou meio workaholic. Se você me perguntar se gosto mais de atuar ou apresentar, quero fazer tudo. Cubro férias da Fátima, gosto de comunicar. É um passo muito grande, então deixo as coisas acontecerem. Quem sabe mais pra frente ou em breve?", diz ele, fã de Jô Soares, Jimmy Fallon e David Letterman.
"Ando vendo bastante o Fallon no GNT e me identifico porque ele é ator, faz esquete no palco. Gosto dessa diversidade. E eu sou bem cara de pau. Se me perguntarem: 'Você canta?'. Vou dizer: 'Não, mas eu canto'", brinca.
Para 2016, ainda estão nos planos outra peça de teatro e uma microssérie para o "Fantástico" com a mulher, Júlia Rabello, além de filmar o longa "O Herói", que tem roteiro seu. Este ano lança ainda o filme "Entrando Numa Roubada", em que encarna seu primeiro vilão.
"Gosto de fazer coisas diferentes. Não montaria outro stand up, por exemplo. Se não, cadê o desafio? Quero fazer bons papéis, contar boas histórias. Mas comédia é tão especial, tão difícil de fazer... Tenho o maior orgulho", garante.
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