Babilônia

Gilberto Braga responsabiliza paulistas e Globo por fracasso de "Babilônia"

Do UOL, em São Paulo

  • João Miguel Jr/TV Globo

    Gilberto Braga, autor de "Babilônia"

    Gilberto Braga, autor de "Babilônia"

Ciente de que "Babilônia", principal produto da Globo, está mal no Ibope (média de 25 pontos), o autor da trama das nove, Gilberto Braga, conversou abertamente sobre as mudanças no folhetim em entrevista ao jornal "O Globo" deste domingo (31).

O autor disse ficar deprimido com a baixa repercussão da trama e afirmou que seu desejo para seu aniversário de 70 anos é que "Babilônia" ultrapasse a audiência de "I Love Paraisópolis", novela das sete que estreou dia 11 de maio. "Até agora eu sofro a humilhação pública diária de perder para a novela das 19 horas".

"Estou satisfeito com o resultado, não acho que seja ruim. Mas deu muito trabalho refazer. Está dando muito trabalho. Agora estou improvisando. A gente [João Ximenes e Ricardo Linhares - autores da trama também] se reúne aos sábados para fazer história juntos. Felizmente, gosto de tudo o que está no ar. Por que a audiência não sobe? Eu não sei", disse.

O escritor contou que, após as alterações, a audiência subiu em todos os estados brasileiros, menos na capital paulistana. Amigo de Silvio de Abreu, autor paulistano, Braga costuma questioná-lo sobre o gosto de seus conterrâneos. Inclusive, o fato de o personagem de Marcos Pasquim ter deixado de ser homossexual aconteceu após uma pesquisa realizada por um grupo de discussão em São Paulo. "Elas tinham tesão pelo Pasquim e lamentaram o fato de ele ser gay na novela. Fiquei com pena das mulheres e botei ele para ser hétero", disse.

"Depois das mudanças, a audiência não subiu em São Paulo. Paulista é esquisito. Um dos meus melhores amigos é o Silvio de Abreu. Ele fez o personagem Jamanta [em 'Torre de Babel', de 1998]. Odeio Jamanta e falei: 'Jamanta de novo?' [quando ele voltou em 'Belíssima', em 2005]. Ele disse: 'É um fenômeno paulista. Fora de São Paulo ninguém suporta, mas lá é um sucesso. Por isso que eu botei'. Acho que o problema está aí. Não sei escrever para quem gosta de Jamanta. Meu universo é antiJamanta", afirmou ele, que reconhece estar vivendo em um "Brasil careta".

Braga também criticou o núcleo de dramaturgia diária, atualmente comandado por Silvio de Abreu. "Tenho queixa da entrega da sinopse. Ficou rolando lá pela Globo quase um ano, estava trabalhando com antecedência. Na sinopse tinha cafetão e garota de programa. Era forte e ninguém falou nada. Depois que a novela entrou no ar falaram: cafetão e garota de programa não pode. Tinham que ter me avisado na sinopse. Aí foi um tal de Alice (Sophie Charlotte) virar heroína...".

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Lésbicas
Gilberto reconhece também que não foi só o beijo gay entre duas célebres atrizes – Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg – que chocou, como também as cenas de sexo entre Beatriz (Glória Pires) e seus parceiros.

Sobre o beijo, Braga explica que era só um selinho, mas Fernanda Montenegro e o diretor Dennis Carvalho optaram por algo mais longo. "Não chegou a ser chupão, mas ficou um beijo. Não estou dizendo que a culpa é da Fernanda porque todos nós vimos e gostamos. Então todo mundo é responsável. Ninguém viu nada de mais naquele beijo."

A aposta agora é com a dupla cômica, o Marcos Veras e a Juliana Alves, com o auxílio do personagem de Igor Angelkorte. "Isso é novo para mim. Eu nunca fiz algo assim, meio chanchada. Vou investir nesse triângulo", afirmou.

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