Atores de "Mad Men" se reúnem pela última vez e comemoram com festa anos 60

Ana Maria Bahiana

Do UOL, em Los Angeles

Os mil e quinhentos convidados que lotavam a plateia do teatro Ace, no centro de Los Angeles, na noite de domingo (17), levantaram-se três vezes para aplaudir Matthew Weiner, o criador e produtor executivo de "Mad Men" e roteirista e diretor do último episódio da série (que vai ao ar no Brasil nesta segunda-feira, às 21h, pelo canal pago HBO). Na primeira vez, quando seu nome foi anunciado no início do evento, ele ainda estava se ajeitando na plateia ao lado da mulher e dos filhos mais velhos, os atores Marten (que foi "Glen" na série) e Charles. A segunda foi quando subiu ao palco para apresentar os atores e o episódio final. E a terceira, ao final da exibição de "Person to Person", o 92º e derradeiro episódio da premiada série que ele criou. "Eu estou ali na plateia como qualquer um de vocês", Weiner disse no palco, antes do início da exibição. "Me deixem em paz se vocês não gostarem."

O evento, organizado pela Lionsgate, produtora da série; a rede AMC, que exibiu a série nos Estados Unidos; e a Film Independent, reuniu pela última vez o elenco de "Mad Men", numa homenagem que começou no palco e terminou numa festa com música dos anos 1960, na cobertura do hotel Ace. Na primeira parte do evento, um grupo de atores, dirigidos por Jason Reitman ("Juno", "Amor Sem Escalas") fez uma leitura dramática do roteiro do premiadíssimo episódio "The Wheel", que encerrou a primeira temporada de "Mad Men". Colin Hanks leu as falas de Don Draper, enquanto Mickey Sumner (filha de Sting) era Betty, Kevin Pollack interpretava Bert Cooper e Fred Savage era Pete Campbell.

Depois do choque inicial de ouvir falas de personagens tão conhecidos em vozes diferentes, a plateia se deliciou com a leitura. Kevin Pollack trazendo sua voz mais próxima da tonalidade grave de Robert Morse (o Bert Cooper original) e a leveza da interpretação de Colin Hanks foram os pontos altos da leitura. Na plateia, o próprio Weiner se admirava: "Não me lembrava desse episódio ser tão divertido", ele confessou. "É uma responsabilidade muito grande. Porque logo depois de nossa leitura íamos ver os atores que criaram os personagens, mostrando toda a qualidade do trabalho de uma série tão conhecida",  Reitman admitiu.

Depois de um breve intervalo, Matthew Weiner subiu ao palco do Ace para chamar os atores "pela última vez – e agora é para valer". Aplaudidíssimo, o elenco de "Mad Men" não se postou formalmente como em eventos semelhantes: pularam, dançaram, acenaram para a plateia, abraçaram-se. "Quer dizer alguma coisa?", Weiner perguntou a Jon Hamm. "Nada! Nada!", Hamm respondeu, dando pulos pelo palco.

Quando as luzes do Ace se apagaram e a projeção de "Person to Person" começou, todos os nomes dos créditos foram recebidos com aplausos. Considerando as situações dramáticas que todos os personagens enfrentaram durante as sete temporadas, e o perfil complicado de seu protagonista, "Mad Men" terminou numa nota de leveza e até alegria. Weiner se ocupou de alinhavar e dar o nó final à costura de todos os principais personagens, de forma coerente com a travessia que fizeram de abril de 1960, quando a história começou, até novembro de 1970, quando ele termina. Quem esperar grandes explicações provavelmente vai se decepcionar – Weiner se despede se seus personagens sem dizer mais do que é preciso.

E, nos últimos momentos, dá uma piscadela para os fãs, encerrando "Mad Men" com um dos comerciais mais famosos da década de 70 e de toda a história da publicidade – e deixando que o público tire suas conclusões a respeito de sua relação com os personagens fictícios que criou.

Na festa pós-exibição, Weiner estava feliz com a reação do público. "Esse é o relacionamento mais delicado de todos, entre aquilo que a gente imagina e aquilo que as pessoas veem", ele disse. "Sou profundamente grato aos fãs de 'Mad Men' – foram eles que sustentaram a série."

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