Ator comenta cenas de sexo com Gloria Pires: "Me desvirginou aos 46 anos"
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
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Reprodução/TV Globo
Beatriz (Gloria Pires) e Cristóvão (Val Perré): cenas quentes na estreia de "Babilônia"
A morte de Cristóvão (Val Perré) ajudou a dar o tom eletrizante do intenso primeiro capítulo de "Babilônia", na última segunda-feira (16). Mas, além do crime, um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após a estreia foram as cenas quentes protagonizadas por Beatriz (Gloria Pires), que tinha o motorista entre seus inúmeros amantes. E a experiência, quem diria, foi uma novidade na carreira de ambos os atores.
"Brinquei: 'Você está desvirginando um homem de 46 anos'. Nunca tinha feito cena de sexo na televisão. E foi interessante porque é a primeira vez que ela está fazendo um papel com essa pegada também. Então ela não fez de forma corriqueira, como uma cena qualquer. Os dois estavam descobrindo juntos, se permitindo. É a Gloria Pires. Tem que bater continência pra ela, né? Qualquer desempenho bacana que eu possa ter tido foi fruto da receptividade dela", afirma Perré.
O ator lembra que "estreou" no papel de pegador recentemente em "O Rebu": na trama de George Moura e Sérgio Goldenberg, seu personagem, Zé Maria, tinha um envolvimento com Vic (Vera Holtz). Antes disso, porém, desde sua estreia na TV - na minissérie "Amazônia", em 2007 -, o intérprete costumava dar vida a papéis bem diferentes.
"'O Rebu' foi fantástico, mudou um pouco meu perfil como ator. Passei a fazer algo mais ligado à sedução. Já fiz muito capanga, 'mata aqui, corta ali'. Guardo todos com muito carinho, eles foram fundamentais e faria outros. Mas o Zé Maria e o Cristóvão fogem um pouco desse contexto, mostram um lado mais humano, sedutor. Em 'Babilônia' estou no papel de pai, de amante", constata ele, que namora a produtora de moda Rosana D'Arc e tem três filhos, de relacionamentos anteriores: Tássio, de 18 anos, Yuri, de 15, e Júlia, de 9.
Perré comenta que contar toda a história de seu personagem em apenas um capítulo tem uma enorme responsabilidade. "Foi uma participação rápida, mas importante, intensa, complexa. Foi desafiador mostrar todas as facetas de um personagem num capítulo só, mostrar quem de fato é o Cristóvão. Sem a chance de, no meio do caminho, corrigir alguma coisa. Mas estou com a sensação de que cumpri dignamente esse trabalho", conta ele.
Ator já foi mecânico, segurança e dançarino
Há 18 anos na profissão, o ator reconhece que um papel no horário nobre é uma vitrine e tanto. Em fase de testes para outros personagens na emissora, ele comemora o fato de fazer parte do elenco da trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, sem, no entanto, esquecer cada participação que já fez em produções como "Gabriela", "O Canto da Sereia" e "Saramandaia", "É um produto muito visado, esse momento é fruto de todos os outros trabalhos que fiz na casa. Quando te dão oportunidade, você tem que aproveitar. Tem muita gente boa querendo trabalhar, é a concorrência natural da vida", analisa ele, que mora no Rio desde 2007.
Antes de enfiar na cabeça que seria ator, Perré já foi mecânico, segurança de rodoviária e dançarino. Participava de um grupo folclórico em Salvador que se apresentava no Pelourinho para turistas. "Tinha samba de roda, capoeira, maculelê. De 99 a 2006, fui motorista de táxi, paralelamente ao curso de teatro. Foi uma escola também. Comecei quando meu segundo filho nasceu, para aumentar a renda. E era bom porque eu fazia meu horário e me facilitava a locomoção. Mas, depois que escolhi o teatro, ele sempre foi minha prioridade. Quando esse bicho me pegou, foi irreversível", lembra.
A possibilidade de viajar com seus espetáculos, vivendo outras vidas o encantou. Mas estar numa novela das nove nunca foi o plano, conta ele, que estreou no cinema meio sem querer. "Um dia, saindo do curso de teatro, vi uma fila e descobri que era um teste. Fiz e passei. Acabei vindo pro Rio filmar 'A Máquina', do João Falcão", conta ele, que atuou ainda em longas como "O Concurso" e "Tim Maia", entre outros.
"Nessa profissão, o trabalho é o pão nosso de cada dia. Fui um pouco inconsequente, mas pensei: vou meter as caras, é isso que quero fazer. Hoje, eu agradeço pela minha bravura. Sou muito feliz com o que faço", conclui.
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