Cinco séries estreantes de 2014 que merecem a sua atenção

Do UOL, no Rio

  • Montagem/Divulgação

    "Jane the Virgin", "The Affair", "How to Get Away with Murder", "Fargo" e "Transparent"

    "Jane the Virgin", "The Affair", "How to Get Away with Murder", "Fargo" e "Transparent"

Quem é fanático por séries já está de olho nelas há algum tempo. Mas mesmo fazendo barulho lá fora, algumas das melhores produções de 2014 ainda não ganharam exibição no Brasil e passam ainda despercebidas pela maioria do público. Da lista abaixo, apenas "How to Get Away with Murder" tem previsão de estreia por aqui em 2015 (embora ainda sem data definida).

O reconhecimento em premiações importantes, como o Globo de Ouro, cujas indicações foram divulgadas este mês, só reforçam o que os mais antenados já sabiam. Tem muita série boa por aí que merece um pouco mais da sua atenção. Pensando nisso, o UOL selecionou cinco produções imperdíveis na lista abaixo.

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Alison (Ruth Wilson) e Noah (Dominic West) na série "The Affair"

"The Affair"

A princípio, a sinopse da série criada por Sarah Treem e Hagai Levi ("In Treatment") parece simplória. Um homem casado conhece uma mulher, também comprometida, durante as férias de verão, e os dois começam a ter um caso. Mas esse é só o ponto de partida para uma das melhores séries do ano, que conta com uma narrativa pouco usual e instigante. Acompanhado da mulher, Helen (Maura Tierney), e dos quatro filhos, Noah (Dominic West) chega a Long Island para uma indesejada estadia na casa do sogro. No caminho, acaba conhecendo a garçonete Allison (Ruth Wilson). Sem saber que ela também é casada com Cole (Joshua Jackson), sente-se atraído por ela, e não demora muito para os dois se envolverem.

Pelo menos é o que ele conta: cada episódio alterna entre os pontos de vista de Noah e Allison, dando ao espectador versões bem diferentes dos fatos. Quem está dizendo a verdade? Alguns flashforwards (cenas do que vai acontecer em algum ponto do futuro) dão mais perguntas do que respostas num primeiro momento. É uma série para quem tem paciência de observar os detalhes e o desenvolvimento das relações entre os personagens, mas o investimento vale a pena. A primeira temporada já teve os dez episódios exibidos nos Estados Unidos, mas o segundo ano já está garantido pelo canal americano Showtime. Merecidamente indicada a melhor série, ator e atriz de drama no Globo de Ouro.

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Lester (Martin Freeman) e Lorne Malvo (Billy Bob Thornton) na primeira temporada de "Fargo"

"Fargo"

Indicada a nada menos que 18 Emmys este ano (e vencedora na categoria minissérie), a atração do FX é inspirada no filme de sucesso dos irmãos Ethan e Joel Coen, de 1996. Cheia do mesmo humor negro que tornou o longa-metragem um clássico, a trama gira em torno do vendedor de seguros Lester Nygaard (Martin Freeman), que leva uma vida medíocre em  Bemidji, Minnesota, até se envolver numa infinita comédia de erros. O estopim é seu encontro com o misterioso Lorne Malvo (Billy Bob Thornton) na emergência de um hospital.

A partir daí, um mal-entendido dá início a uma série de assassinatos, investigados a fundo pela policial Molly Solverson (Allison Tolman), a única a acreditar que a dupla tem ligação com os crimes. Sem contar com o apoio do xerife, ela pede ajuda a um policial de outra cidade, Gus Grimly (Colin Hanks), para solucionar o caso. Produzida em formato de antologia (como "American Horror Story"), a cada ano conta com uma nova história, novo elenco e novos personagens. O segundo ano já foi confirmado e começa a ser rodado em janeiro. Kirsten Dunst e Jesse Plemons lideram o elenco da nova trama, ambientada na década de 70. Indicada ao Globo de Ouro nas categorias ator, atriz, atriz coadjuvante e minissérie.

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Alba (Ivonne Coll), Jane (Gina Rodriguez) e Xiomara (Andrea Navedo) em "Jane the Virgin"

"Jane the Virgin"

"Ugly Betty" já havia provado, lá em 2006, que era possível se apropriar de um folhetim latino e transformá-lo em uma série moderninha de sucesso. Mas, ao contrário da antecessora, que se apoiava no sucesso mundial "Betty, a Feia", "Jane the Virgin" se inspirou em uma pouco conhecida novela venezuelana, "Juana, la Virgen". A trama inicial é a mesma: uma jovem, que só pretende perder a virgindade após o casamento, é inseminada artificialmente por engano. Para complicar ainda mais a situação, o pai da criança congelou seu sêmen após sofrer um câncer, e não tem mais condição de ter filhos. Cereja do bolo: o tal homem é Rafael (Justin Baldoni), patrão de Jane (Gina Rodriguez).

Achou exagerado? Pois saiba que a história acaba abraçando mortes e tráfico internacional sem perder o humor. Além disso, a série se aproveita muito bem da trama rocambolesca e tira sarro de si mesma, seu maior trunfo. Para se ter ideia, a atração é narrada em tom propositadamente dramático e tem até uma novela latina para chamar de sua: "The Passion of Santos", estrelada por Rogelio de la Vega (Jaime Camil), ex-namorado de Xiomara (Andrea Navedo), mãe da protagonista. A jovem ainda tem um namorado policial, Michael (Brett Dier), e uma avó, Alba (Ivonne Coll), que vive nos Estados Unidos, mas só fala espanhol. Com nove de seus 22 episódios exibidos nos EUA, a atração ainda tem participações de astros latinos como Juanes e Paulina Rubio. Ganhou duas indicações ao Globo de Ouro (melhor série e atriz de comédia).

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Maura (Jeffrey Tambor) é a protagonista da série "Transparent"

"Transparent"

O título, além de evocar a transparência (ou honestidade), faz um trocadilho, não à toa, com "pai transexual": a série da Amazon trata de um assunto delicado com sensibilidade. Difícil não se comover com a atuação de Jeffrey Tambor no papel de Mort Pfefferman, um professor aposentado, na casa dos 70 anos, que resolve assumir para os filhos que é um transgênero. A dificuldade de se abrir com a família é um dos momentos mais tocantes do piloto. Mas leva bem mais que um episódio até ele criar coragem de se mostrar com as roupas, o cabelo e a identidade de Maura.

Aliás, os flashbacks que revelam o desejo reprimido do protagonista há décadas, contribuem para tornar sua trajetória ainda mais emocionante. Interessante notar que as discussões sobre sexualidade e identidade de gênero também passam pelos demais personagens da série, de maneira bem natural. Criada por Jill Soloway ("A Sete Palmos"), já teve sua segunda temporada encomendada. Indicada ao Globo de Ouro nas categoria série e ator de comédia ou musical, embora a atração não se encaixe em nenhuma dessas definições.

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Annalise Keating (Viola Davis) é a protagonista da série "How to Get Away With Murder"

"How to Get Away with Murder"

Produzida por Shonda Rhimes ("Grey's Anatomy", "Scandal"), a série aposta em Viola Davis como protagonista e uma trama de suspense cheia de reviravoltas, que prendem a atenção do espectador até o próximo episódio. Advogada brilhante, Annalise Keating (Davis) é também uma professora universitária que recruta seus melhores alunos como estagiários de seu escritório. Ao mesmo tempo em que aprendem sobre direito criminal, os jovens se juntam à investigação de um crime real: o assassinato de uma estudante da universidade. 

Também adepta dos flashforwards, a atração aguça a curiosidade sobre o envolvimento do grupo em uma outra morte, que só tem seus detalhes revelados aos poucos. Cada informação dada, no entanto, mexe com a forma com que o público encara cada personagem. Qual o motivo do assassinato? Eles conseguem se safar? Quem é o verdadeiro culpado? Essas são questões que a série vai manipulando a cada episódio - nove dos 15 previstos para a primeira temporada já foram exibidos nos EUA. Indicada ao Globo de Ouro na categoria atriz de drama.

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