José Luiz Datena reacendeu uma antiga polêmica, defendeu a jornalista Rachel Sheherazade e criticou o "politicamente correto" durante exibição do "Brasil Urgente", da Band, na tarde desta quinta-feira (27). Datena repercutiu um crime cometido na zona sul de São Paulo, no qual um homem foi acusado de esfaquear duas mulheres e violentar uma criança de 10 anos. Ele discursou contra aqueles que defendem apenas o lado dos bandidos e, sem citar nomes, mandou recado aos críticos de Sheherazade.

"O mais grave é que esse psicopata está solto. Depois aparece todo prejudicado porque levou porrada pra caramba, 'olha tem que cumprir a lei porque não pode bater no coitadinho'. Coitadinho um cacete. Coitadinho coisa nenhuma. Um vagabundo. Não pode realmente bater, mas nunca mais deveria sair da cadeia", esbravejou Datena.

E prosseguiu. "Agora, repito, está cheio de caras politicamente corretos, que só defendem um lado da lei, que favorece o bandido. O outro lado da lei, para que tenha uma pena desgraçada, os caras não falam. Por isso que eu achei injusto o que fizeram com aquele moça, a Rachel Sheherazade, do SBT", disparou. "Mas --vocês que meteram pau na mulher também--, defendam veementemente o outro lado lei, que é o lado mais importante do incentivo da pena", completou.

Em fevereiro, Rachel Sheherazade disse durante o "SBT Brasil" que a ação de "justiceiros", que prenderam um suposto assaltante a um poste na zona sul do Rio, era "compreensível". A declaração culminou com a revolta de políticos, artistas, internautas, pessoas que defendem os direitos humanos e jornalistas.

Um deles, foi Ricardo Boechat, colega de José Luiz Datena na Band. Ele disse que a opinião dela é uma "bosta", mas que tem o direito de se expressar. Em seu programa na rádio Bandnews FM, ele ainda a chamou de "fascista".

Além disso, após o linchamento de uma mulher no Guarujá (SP), Boechat mandou uma indireta a Sheherazade. "Esse crime aí, minha gente, tem tanta responsabilidade, o autor do boato espalhado pela internet, no 'Guarujá Alerta', quanto pessoas que, mesmo em emissoras de televisão, estimulam a cultura da justiça com as próprias mãos. Isso está dentro do mesmo panorama, que propicia, estimula, que justifica o linchamento. É hora dessas pessoas, agora, virem a público [e dizerem] como se sentem depois da consumação de sua própria teoria, na prática", finalizou.