Zeca Camargo vê com otimismo desafio de reinventar carreira e "Vídeo Show"

Amanda Serra*

Do UOL, em São Paulo

No comando de um programa que disputa a audiência – e, por vezes, perde – com "Balanço Geral", do jovem apresentador Luiz Bacci, na Record, Zeca Camargo reconhece ter nas mãos um desafio ao inovar o "Vídeo Show", atração com mais de 30 anos de Rede Globo, e vê com otimismo a oportunidade de reinventar sua carreira depois dos 50 anos. 

"As críticas [ao "Vídeo Show"] são sempre balizas para que a gente faça um trabalho melhor. Temos – com o Ricardo Waddington, que é nosso diretor de núcleo – bastante certeza de onde o programa quer chegar, como inovar o formato mantendo o DNA do programa. Existe um público cativo, que não podemos decepcionar. Junto deles é que vamos apresentando, aos poucos a necessidade de renovação – que é o que todo mundo procura hoje em dia. Mais ainda em um programa diário, que pede uma dinâmica mais ativa", contou o jornalista em entrevista ao UOL
 
O apresentador reconhece alguns problemas e disse que a equipe está trabalhando para ter uma integração melhor entre o que acontece no palco e as reportagens na rua: "Em um primeiro estágio queríamos entender que papel teria esse palco na dinâmica do programa. Com isso conquistado, agora já estou saindo para fazer mais reportagens e, justamente, para costurar melhor cada programa".
 
Sobre a pressão por audiência, afirmou que só se preocupa em fazer "um bom programa, que ao mesmo tempo responda à paixão do telespectador pelo universo dos programas da TV Globo, à curiosidade do que passa pelos bastidores e à missão de trazer alegria para o início das tardes na emissora".
 
Noveleiro, Zeca Camargo participou diversas vezes da atração em 2012, quando ainda estava no "Fantástico", por conta da novela "Avenida Brasil", que acompanhava como telespectador e fã. Focado no universo do entretenimento da própria emissora, sua relação com com as novelas ficou ainda mais próxima.
 
Existe um público cativo, que não podemos decepcionar diz Zeca Camargo sobre a reformulação do "Vídeo Show"
 
"Agora sigo acompanhando mais de perto, é verdade, mas com o mesmo entusiasmo. A única coisa que mudou, justamente por causa do trabalho, é a maneira como eu assisto às novelas. Um pouco por causa dos seriados americanos, que eu adoro, peguei a mania de assistir 'de pacote'. Assim como 'Mad men' ou 'Girls' (que gosto de ver por temporada), pego uma semana inteira de uma novela e assisto de uma vez", detalhou.
 
Para o jornalista, o programa é ainda um "laboratório perfeito" para experiências como o reality que vai selecionar um ator para um papel na novela "Boogie Woogie", com direção de Waddington.
 
"O Ricardo Waddington é um mestre nisso. Aos poucos, fui descobrindo que ele estava envolvido com várias produções e concursos assim – eles só não tinham o nome de 'reality'. A própria Adriana Esteves foi descoberta numa dinâmica assim. A ideia é reinventar o formato – e o 'Vídeo Show' é um laboratório perfeito para isso. A maior novidade é que estaremos escolhendo um ator já para um papel definido em uma novela – e por isso mesmo, com um personagem de destaque já em vista, apostamos que a procura vai ser grande", disse.
 
51 anos e a paixão por viagens
Raphael Mesquita/Foto Rio News
 
Apaixonado por viagens, Zeca costumava fazer reportagens pelo mundo para o "Fantástico". Com a mudança do jornalismo para o entretenimento, ele garante que continua viajando "para ele mesmo", e que está prestes a completar 100 países.
 
"Eu continuo viajando, só que agora essas viagens não se transformam automaticamente em reportagens. Sempre viajei, mesmo antes de me tornar um repórter de TV, e acho que essa paixão pelas viagens nunca vai acabar. Agora estou com uma coluna quinzenal no caderno de turismo da 'Folha', mas basicamente continuo viajando para mim mesmo. Recentemente, estive na Bolívia e na Jordânia. E a conta agora está nos 99 países! Quero escolher um bem especial para ser o centésimo, mas nada ainda está definido", disse o jornalista, que deve ter uma folga do "Vídeo Show" em agosto.
 
Um ano depois de completar 50 anos e lançar o livro "50, Eu?", Zeca conta que teria assunto para um apêndice, "51, Eu?", mas que não teria tido tempo de escrever. O repórter 
 
"Essa é a ironia. Justamente quando chego numa idade em que deveria encarar tudo com mais tranquilidade, eu fui procurar novos desafios. E tenho certeza de que não estou arrependido. O 'Fantástico', apesar de só ir ao ar aos domingos, era trabalho para a semana inteira. Mas agora, com o 'Vídeo Show', eu brinco que continuo fazendo um programa 'semanal' – só que é diário. Todos esses desafios, porém, vêm com uma boa recompensa: a de poder me reinventar justamente aos 50 anos". 
 
*Colaborou Mirella Nascimento 
 

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