Sorveteria da cena final de "Família Soprano" faz tributo a Gandolfini

Do UOL, no Rio*

Em homenagem ao ator James Gandofini, que morreu na última quarta-feira (19) aos 51 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante na Itália, os donos da sorveteria Holsten's, em Nova Jersey, reservaram a mesa onde foi gravada a cena final da série "Família Soprano".

  • Adam Bulger

    Mesa "reservada" para Gandolfini na Holsten's, sorveteria de Nova Jersey (EUA)

Um pequeno cartaz indicando "reservado" foi colocado na mesa onde a fictícia família da série da HBO comeu um prato de anéis de cebola empanados ao som de "Don´t Stop Believin', hit do grupo Journey. O dono do estabelecimento Chris Carley disse que manteria o local desocupado pelos próximos dias, em memória a Gandolfini.

Logo após o anúncio da morte inesperada, a sorveteria foi tomada por repórteres e fãs da série. O dono da sorveteria relembrou o dia em que Gandolfini esteve no local para gravar uma das mais famosas cenas da TV americana. "Ele foi muito gentil e um verdadeiro profissional quando as câmeras estavam ligadas", comentou Carley. "Ele também tinha bastante apetite."

Depois que o episódio foi ao ar, Carley disse que, durante dois meses, recebeu fãs da série à procura do que Tony Soprano descreveu como "o melhor onion rings (anéis de cebola) do Estado" e respostas para o final ambíguo do seriado. "Todos queriam saber o que aconteceu quando a cena ficou sem imagem".

Assista abaixo ao mistério final do seriado:



 

Morte e repercussão

Gandolfini estava de férias em Roma e deveria comparecer ao encerramento do Festival de Cinema Taormina, na Sicília, no sábado.

Desde que "Família Soprano" terminou sua sexta temporada em junho de 2007, Gandolfini apareceu em vários papéis no cinema, inclusive em "A Hora Mais Escura", um filme sobre a caça a Bin Laden, e o drama "O Homem da Máfia". No momento de sua morte, ele trabalhava em uma série da HBO, "Criminal Justice", e tinha dois filmes para estrear no ano que vem.

A atriz Edie Falco, que fazia a esposa de Gandolfini, Carmela, em "Família Soprano", disse ter ficado devastada com sua morte. "Ele era um homem com uma intensidade e sensibilidade tremendas, com uma bondade e generosidade além das palavras. Considero ter tido muita sorte por ter sido sua colega durante 10 anos", disse em comunicado.

Fãs lamentam morte do ator

No seriado da HBO, Gandolfini criou um gângster diferente de qualquer outro visto na televisão ou no cinema norte-americano. Ele era capaz de matar inimigos com as próprias mãos, mas tendia a sofrer de ataques de pânico. Amava a esposa e era um pai devotado, mas tinha uma série de casos. Fazia terapia para lidar com seus problemas de ansiedade e questões com a mãe.

No início da última temporada da série, Gandolfini sugeriu que estava pronto para partir para papéis mais gentis quando seus dias de mafioso tivessem acabado. "Estou cansado demais para ser um cara durão ou fazer essas coisas", ele disse. "Nós usamos praticamente tudo o que havia neste programa".

O programa, que deu a Gandolfini três prêmios Emmy de melhor ator em uma série dramática, foi considerado por muitos críticos o melhor drama transmitido na televisão norte-americana. O criador de "Família Soprano", David Chase, disse que se lembraria dele como "um gênio" e "um dos maiores atores deste ou de qualquer tempo".

"Uma boa dose daquele gênio residia naqueles olhos tristes. Lembro-me de dizer a ele várias vezes, 'você não percebe. Você é como Mozart'. E haveria silêncio do outro lado da linha de telefone", disse Chase em comunicado. Gandolfini teve um filho, Michael, com sua primeira mulher, Marcy Wudarski, de quem se divorciou em 2002. Em 2008, ele se casou com a modelo Deborah Lin, que lhe deu uma filha, Liliana, em 2012.

*com agências internacionais

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