Caio Castro torce por final surpreendente para Grego: "Ele podia morrer"
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
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João Cotta/TV Globo
Caio Castro é o bandido Grego em "I Love Paraisópolis"
Na disputa pelo coração de Mari (Bruna Marquezine), o bandido Grego (Caio Castro) é um pretendente tão forte como o honesto Benjamin (Maurício Destri): segundo o elenco de "I Love Paraisópolis", o público está bastante dividido. Seria o sentimento puro que sente pela ex capaz de regenerar o líder da comunidade? Se depender da vontade de Caio, não.
"As novelas estão cheias de finais felizes, essa podia ser diferente. Sei lá, o Grego podia morrer. Nunca ninguém morre", dispara o ator, que defende que uma possível redenção do vilão depende de outros fatores.
"Acho que ninguém muda por ninguém. A Marizete é o grande amor dele - aliás, nem sei se é amor mesmo - e até pode ser uma ferramenta, um instrumento pra fazer com que ele se enxergue. Mas ele não vai mudar por ela, não antes de fazer essa reflexão. Ele tem que se entender primeiro", analisa.
O final trágico, no entanto, poderia decepcionar um público fiel que é fã do personagem: as crianças. "Nunca imaginei isso. É engraçado, as criancinhas, quando me veem, me agarram igual a um carrapato. São apaixonadíssimas, falam as gírias, imitam os gestos do Grego. Fico feliz porque criança não mente, é um amor muito puro, gosta de graça. Dou a maior atenção", conta, orgulhoso.
Feliz com a aceitação do trabalho, Caio comemora a chance de dar vida a um personagem tão diferente em sua carreira, mas descarta o discurso adotado por praticamente dez entre dez atores ao falar dos novos papéis: o de sair da zona de conforto.
"Não existe isso num trabalho televisionado para milhões de pessoas. Por incrível que pareça, fazer mocinho é dificil, é quase engessado. Já existe uma fórmula de mocinho e mocinha, são papéis muito perigosos de cair numa coisa tosca. Maurício e Bruna estão quebrando isso", opina.
Uma das razões apontadas para a boa repercussão da novela é o tema. "Não é todo mundo que tem contato com um favela, que frequenta, isso gera curiosidade", diz ele, que visitou por conta própria comunidades de São Paulo e chegou a fazer contato com chefes do tráfico como parte do laboratório.
Depois de um intenso período de observação, antes do início das gravações, Caio diz que se mantém conectado com moradores para fazer uma "reciclagem linguística". "Eles mandam frases, novas gírias. É um trabalho contínuo, a troca até entre o elenco é essencial", conta.
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