Após má fase em "Divertics", Luiz Fernando Guimarães estreia na TV paga
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
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Divulgação
Luiz Fernando Guimarães ao lado de Eucir de Souza e Claudia Missura em cena de "Acredita na peruca", humorístico que estreia dia 18 no Multishow
Uma socialite falida marca uma nova fase na carreira de Luiz Fernando Guimarães. É no figurino exótico de Maria Eleonora Medeiros de Alcântara que o ator, sinônimo de humor durante 30 anos na Globo em programas como "TV Pirata" e "Os Normais", faz sua estreia na TV fechada na série "Acredita na Peruca", que começa no Multishow no próximo dia 18. O fim do contrato foi um dos motivos da renovação, conta ele. Mas as fortes críticas enfrentadas por "Divertics", seu último trabalho na emissora, também pesaram na decisão.
"'Divertics' não era um bom programa. Poderia ser, mas não era. Se eu pudesse ter participado mais... Faltou tudo. As minhas cenas eu escolhia, tinha um elenco bom, mas essas coisas não têm muita explicação. Às vezes a peça não dá certo, não adianta rever. Pegou um horário ruim também, férias do 'Esquenta'. Talvez isso tenha me cansado um pouco, me deu uma canseira, fui cuidar da vida. E aí veio esse projeto. As coisas acontecem na hora exata", analisa ele, que se considera sortudo por ter emplacado tantos sucessos na carreira.
A decadente dona de um salão de beleza em Copacabana nasceu no teatro, de um espetáculo que Charles Möeller havia escrito para ele. "Impecável", no entanto, ganhou outro formato ao virar projeto de TV: Eleonora virou protagonista da história e símbolo do politicamente incorreto no humorístico. Entre os absurdos que ela dispara, estão palavras de desprezo a quem mora "além dos túneis", ou seja, fora de seu antigo círculo social na zona sul do Rio.
"Ela morou no Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, frequentou a alta sociedade e ficou falida. Ainda tem aquele pensamento, fala horrores. Em 'O Super Sincero' eu também falava, então não corro esse risco, não tenho medo. Humor é um filtro, não é o ator que está dizendo isso. O drama te coloca mais numa situação limite, de a pessoa confundir ator e personagem. Muita gente vai se identificar, ela é acida", aposta.
Um bom termômetro para a aceitação dessas tiradas polêmicas era a plateia, já que cada episódio era gravado num teatro, com presença do público. "Sempre saía de cena dizendo 'Estou me retirando para os meus aposentos. Adeus, pessoas feias, que moram em bairros distantes'. As pessoas adoravam, é uma brincadeira", completa ele, que ficou impressionado com a interação da plateia.
Caracterização sem exageros
Em cada episódio, Luiz faz participações como personagens masculinos - um dia, um investigador de polícia, no outro, um diretor de cinema, e por aí vai. Mas é como Eleonora que ele chama atenção: apesar de alguns cuidados na composição do personagem, como sentar-se mais comportado, ele diz que procurou não exagerar na caracterização.
"Sou muito masculino, qualquer coisinha que eu fizesse ia ficar demais. Ela é comedida, uma senhora, toma champanhe. Disse que não queria peito nem saia, preferi pantalona. No início o maquiador e o figurinista pegavam mais pesado, depois fomos diminuindo. A voz eu só mudo em alguns momentos, quando ela vai falar com o Sebastian (Eucir de Souza)", explica.
Na coletiva de imprensa da atração, que aconteceu num salão de beleza no Rio nesta segunda-feira (4), o elenco se divertiu assistindo ao primeiro clipe da série. "Eu ia adorar ver esse programa. Gostei de ver. Tem horas que me sinto uma velha índia, mas gostei de ver os colegas, está todo mundo muito bem", elogia ele, que divide a cena com nomes como Claudia Missura, Gottsha, Fernanda Nobre e Miá Mello.
O desafio de falar para um novo público é visto com bons olhos pelo intérprete. "Meu objetivo era esse. Queria ligar num outro canal e me ver, ter essa experiência. Na Globo, você fica dois anos sem aparecer e parece que as pessoas te viram ontem! falei: 'Preciso botar minha cara num outro canal. Vejo muito Multishow. Quando pensei 'Vou pra lá', ele veio pra mim. Gostei muito do clima, é pequeno, o trabalho flui melhor. Tudo é novidade", afirma ele.
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