Depois do sucesso de Vanessa de "Em Família" (2014), Maria Eduarda Carvalho volta à TV em março na pele de Laila em "Sete Vidas", nova novela das seis, de Lícia Manzo. A personagem é irmã gêmea de Luis (Thiago Rodrigues) e filha de Esther (Regina Duarte) com a companheira Vivian, já falecida. Para a atriz, a forma natural que as novelas têm tratado as relações homoafetivas é importante para que o assunto deixe de ser um tabu entre algumas pessoas.

"O fato de você falar sobre isso na TV, mostrar isso de uma forma natural, como mais uma possibilidade de amor, é ótimo. Minha filha tem 4 anos e tem uma amiga na escolinha que é filha de duas mães, e pra ela isso é natural. Tenho esperança que essas crianças cresçam e se tornem adultos mais libertários, menos preconceituosos", torce ela, que na trama foi concebida através de uma inseminação artificial do sêmen doado por Miguel, personagem de Domingos Montagner.

"Há pouco tempo conheci uma família de duas mulheres que engravidaram, cada uma de uma vez por inseminação artificial. Acho muito interessante a Lícia falar sobre isso, porque é mais uma forma de possibilidade de formar uma família", contou ela, durante a apresentação da novela à imprensa nesta terça-feira (10), no Projac, Rio de Janeiro.

Irreverente e sexy, Laila orgulha-se pelo fato de ter sido criada por duas mães, está sempre envolvida com o homem errado e não se encontrou profissionalmente. Para compor a personagem, Maria Eduarda conta que a mudança no visual, com os cabelos tingidos de loiros e mais curtos, foi fundamental.

"É muito interessante essa transformação física porque a Laila é uma mulher fora da curva, ela não tem filtro, fala as coisas e o mundo é que administre aquilo, e eu não sou assim. De repente você pinta o cabelo e o personagem já chega. Achei muito transformador na minha vida de atriz, quero fazer isso mais vezes. Cheguei muito rápido na Laila com o cabelo loiro".

Se a mudança radical foi positiva na construção de Laila, na vida pessoal, a atriz confessa que sofreu e ainda estranha ao se olhar no espelho e ver os cabelos descoloridos.

"Achei que seria tranquilo mudar a cor do cabelo. No início, achei um barato essa transformação radical, mas na hora de pintar o cabelo deu uma tremedeira, foi muito esquisito, são 32 anos de ruivice. Não imaginei que fosse ser tão difícil. Dá muito trabalho, as pessoas não falam essa parte pra gente. A dose de hidratação é maior", brincou a atriz.

Sobre o sucesso de sua personagem na novela de Maneco, Maria Eduarda agradece a repercussão que a Vanessa teve ao tentar formar par romântico com Clara (Giovanna Antonelli), que acabou se envolvendo com Marina (Tainá Müller). A torcida pelo casal gerou grande movimentação nas redes sociais pelo casal.

"O personagem me permitiu entrar neste universo da Vanessa, que era apaixonada por outra mulher. Tive oportunidade de conhecer meninas que estão se descobrindo dessa forma e servir como uma espécie de exemplo libertador, para que fosse olhado de uma forma natural", contou.