"Minha mulher fala que estou lindo", diz Enrique Diaz sobre minissérie

Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio

José Mayer está no ar no horário nobre, mas o maior "pegador" da televisão brasileira hoje atende pelo nome de Enrique Diaz. Desde a última segunda-feira, quando estreou a minissérie "Felizes para Sempre?", seu personagem, Cláudio Drummond, desperta a inveja de muitos marmanjos, ao se envolver com beldades como Marília e Danny Bond, vividas pelas musas Maria Fernanda Cândido e Paolla Oliveira.

Diaz, no entanto, acha graça da comparação e minimiza a característica sedutora do corrupto advogado. "Nem o José Mayer é o José Mayer!", diverte-se ele. "Um ator pode fazer muitos papéis diferentes, e essa é a graça desse tipo de trabalho. E essa faceta de pegador é só um dos aspectos desse personagem, tão louco e rico. Não acho que eu tenha exatamente esse perfil. Acho que ele cria esse lugar para ele mesmo, à custa de não ter quase nenhuma sinceridade nessas relações", analisa.

Logo na estreia, o ator de 47 anos chamou a atenção por protagonizar as cenas mais calientes da atração, quando uma prostituta de luxo é convocada para apimentar a relação do advogado com Marília. Além disso, ele apareceu como veio ao mundo em pelo menos duas sequências de rara nudez masculina na TV. "Não sabia como ficaria, e não me incomodo com nada. Foi engraçado fazer essas cenas, e do que tenho visto, ficaram ótimas", garante. 

Mas a mulher do intérprete, a atriz Mariana Lima, acha que o marido está muito bem sim. "Ela tem visto todos os dias comigo, tem adorado, fica bem orgulhosa de tudo. E sempre fala que eu estou lindo! (risos)", afirma. 

Sobre a polêmica decisão de contratar uma garota de programa para dar uma chacoalhada no morno casamento, Diaz prefere não julgar, mas conta que não adotaria a mesma solução da ficção. "Acho que cada um sabe de si, mas eu não pensaria em uma terceira pessoa se a questão for resolver uma crise. Se a ideia for ter prazer, talvez faça mais sentido, contanto que seja uma combinação aceita por todos", analisa.

Nas ruas, o ator diz que tem recebido as mais variadas reações, de elogios à caprichada produção a comentários sobre os quadros que embelezam a residência do casal. Mas o "currículo" de Cláudio, claro, não passa despercebido. "Um taxista, outro dia, comentou sobre a beleza das atrizes. Já um amigo elogiou os ternos dele! Tem gosto para tudo!", brinca.

Vítima em potencial

Desonesto e manipulador, o personagem é uma "vítima em potencial" do crime que será revelado ao fim da história, segundo o ator. "Acho que ele vai ser cada vez mais invejado e até odiado por muita gente", opina ele, que comemora a presença de um personagem poderoso e sem limites na minissérie. 

"Acho que isso mexe com o imaginário das pessoas e talvez faça elas imaginarem se elas fariam a mesma coisa. Quem sabe uma certa noção de ética ganhe forma através dessa provocação? É bom reconhecer o que se deseja e batalhar por isso sem culpa ? Por outro lado, até onde a gente pode ir na direção do nosso desejo sem perceber as consequências dele? Esse jogo é interessante e vital, acho", afirma.

Enquanto se dedica ao teatro - atualmente apresenta no Teatro Eva Herz, no Rio, a peça "Cine_Monstro", que levará para o Canadá em duas semanas -, o ator diz que ainda não dá para mensurar a importância da minissérie de Euclydes Marinho em sua carreira. Não é errado afirmar, no entanto, que o posto de protagonista e a repercussão de "Felizes para Sempre?" estreitam os laços do ator com o público da TV. Sua última participação havia sido em "Joia Rara", em 2013. 

"Estou 'passeando' pela impressão que a série tem causado. Com certeza foi e está sendo intenso. Cada trabalho é um trabalho, prefiro não ter expectativas, mas foi muito bom fazer a série", diz o ator, que também trabalhou em séries como "Anos Rebeldes", "A Muralha" e "3 Teresas", além de novelas como "Irmãos Coragem" e "Cordel Encantado".