Fãs acordam às 5h para tietar elenco de "Chiquititas" em praia do Rio
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
"Tia, tem uma folha de papel?", pede o pequeno fã, doido por um autógrafo. Acompanhar uma gravação da novela "Chiquititas" em plena praia do Leme, no Rio, é encontrar-se rodeada de crianças que querem ver de perto Mili, Rafa, Mosca, Pata e companhia, além de interromper as entrevistas para atender pedidos como esse. Mas é difícil não entrar no espírito ao ver uma plateia tão ansiosa por um intervalo entre uma cena e outra para conseguir uma foto. A recompensa para eles vem quando os atores, desde 8h30 no batente e trabalhando intensamente nos últimos três dias durante a visita à cidade, atendem pacientemente cada um que se aproxima.
Nesta quarta-feira (1), quando o UOL acompanhou os bastidores das gravações, teve gente que acordou cedo para assistir. Maria Luiza, de 8 anos, não sossegou enquanto não convenceu a mãe, Kátia da Costa, a acompanhá-la até a praia. "Ontem, quando chegou o ônibus, ela chorava e tremia de nervoso, ficou agarrada no meu pescoço. Era uma emoção tão grande que eu tive que trazê-la", conta Kátia. No dia anterior, elas foram até a Praia Vermelha para tentar contato com os atores, mas não conseguiram chegar perto. Mas o esforço deu resultado, e a tímida Luiza, que acordou às 5h da manhã, não escondia o sorriso ao ganhar seus sonhados autógrafos.
Moradora da Ilha, Maria do Carmo Valente também fez maratona para levar a filha, Manuela, de 8 anos, até os locais das gravações. "Ela curte muito, não podemos marcar nada no horário da novela", entrega a mãe. "Ontem passamos cinco horas na porta do hotel", diz a menina, que não desgrudava os olhos dos atores. Assim como ela, muita gente fez vigília na porta do hotel onde as 18 crianças do elenco (e suas respectivas mães) estão hospedadas. "Fizeram até cordão de isolamento, eram muitas crianças lá, cantando as músicas. Eu me assustei com a quantidade de gente, mas é gostoso o sucesso que a novela está fazendo", conta Érica Nobrega, mãe do ator Pedro Henrique, o Thiago da trama.
André Durão/UOL A gente não tinha noção de que 'Chiquititas' fazia tanto sucesso no Rio. A ficha só caiu quando a gente viu pessoalmente
Nascida em Mauá, no interior de São Paulo, Giovanna Grigio, que dá vida a Mili na novela, curtiu o tour pelos pontos turísticos. "O Cristo foi o mais legal. Ele é muito gigante, maior do que eu imaginava!", exclama a jovem de 16 anos. "Mas a gravação mais difícil foi a do Pão de Açúcar, porque a gente não podia repetir. Tinha que descer do bondinho e já começar a dançar pra enquadrar tudo certinho", lembra. Ela conta que também não esperava uma recepção tão calorosa na cidade. "Os fãs quase não deixaram a gente dormir, mas é bom ver como eles nos acompanham. Não sabia que no Rio seria assim porque aqui tem mais artistas, mas a gente que é novidade, né?", diz a atriz, que só lamenta o fato de os fãs terem faltado à escola: "Eu falei pra eles não cabularem aula!".
Depois de gravarem suas sequências na areia, os atores fizeram uma pausa forçada por conta de uma forte ventania, que obrigou o diretor Reynaldo Boury a adiar momentaneamente as cenas das chiquititas na água. "Demos muita sorte, pegamos tempo ótimo até ontem. Agora que chegou essa frente fria, mas já rodei 90% do que eu queria hoje", conta o diretor, que veio para o Rio acompanhado de uma equipe de cerca de 70 pessoas.
Na novela, as crianças do orfanato vão ao Rio depois que Chico (João Acaiabe) ganha um prêmio em dinheiro e resolve comprar para elas uma viagem de presente. As cenas, previstas para ir ao ar no fim de outubro, foram rodadas em vários pontos da cidade. Cartões postais como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Maracanã, os Arcos da Lapa e o Forte de Copacabana viraram cenário de um clipe para a música "Rio de Janeiro", escrita especialmente para a novela pelo compositor Arnaldo Saccomani. "Faltou oportunidade de viajarmos mais, como terminamos de gravar em dezembro, não vai dar tempo de irmos para muitos lugares. Mas no fim de novembro vamos para Natal, com um elenco menor. O importante é colocar o passeio dentro da história", explica Boury.