"Friends" estreava há exatos 20 anos; qual é a razão de tanto sucesso?
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
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Divulgação
O elenco de "Friends" em 1994, ano de estreia (à esq), e em 2004, quando a série acabou
Há exatas duas décadas, Rachel (Jennifer Aniston) abandonava o noivo no altar e entrava nas vidas de Monica (Courteney Cox), Ross (David Schwimmer), Chandler (Matthew Perry), Joey (Matt LeBlanc), Phoebe (Lisa Kudrow) e milhões de telespectadores em todo o mundo. Nesta segunda-feira (22), "Friends" completa 20 anos, com corpinho (e frescor) de série que acabou de estrear, capaz de fazer muita gente acampar em Nova York para conhecer de perto a reprodução do clássico café "Central Perk".
Lembrada sempre com carinho pelos fãs, a comédia, inegavelmente, tornou-se um marco da TV. A razão de tanto sucesso? Uma construção bem feita e um tema forte, segundo o roteirista, consultor e professor de roteiro no centro cultural Barco Aleksei Abib. "A série não é sobre amizade, como indica o título, mas sobre maturidade. E esse é um assunto que vai permanecer para sempre. É uma questão universal, todo mundo em algum momento tem que lidar com o mundo adulto, provavelmente sem estar preparado pra isso ", analisa ele, que aponta "Seinfeld" e "The Big Bang Theory" como exemplos deste universo.
Exibida originalmente entre 1994 e 2004 e reprisada até hoje no Brasil pelo Warner Channel, "Friends" tem ainda um outro grande trunfo, na opinião de Abib: o elenco. "A série reuniu um grupo de atores até então desconhecidos, com exceção do Ross, de muito talento", observa. Segundo ele, a participação desse time no método de trabalho desenvolvido por Marta Kauffman e David Crane, criadores da atração, ajudou a criar um produto final de ajuste fino, que repercute até hoje. "Nos extras do DVD da série, a gente vê que eles trabalhavam exaustivamente. A equipe de cerca de 15 roteiristas debatia as histórias e cada dupla voltava para casa para escrever seu próprio episódio. Se, na gravação, a plateia não risse, os atores se envolviam e os escritores reescreviam até tudo ficar engraçado. Estavam muito focados em fazer a coisa funcionar", afirma Abib.
O roteirista elogia ainda a composição dos personagens. Chandler é o "loser", o cara que não faz nada certo; Monica é a neurótica, obsessiva; Joey, o burro, que não entende as regras; Phoebe, por sua vez, tem suas próprias regras; Ross é o certinho; e Rachel é a materialista. Se a definição de cada tipo facilita na hora de criar as histórias, porque eles são complementares, também ajuda a série a não envelhecer. "Se formos generalizar, todos são yuppies dos anos 90. Mas antes disso, eles são o certinho, a neurótica... Esses arquétipos vão existir sempre. Mesmo que eles estejam na década de 90, eles são parecidos comigo, com você. A gente consegue reconhecer um amigo. A construção de base deles é universal", explica o roteirista.
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